O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 6 de novembro de 2011

banquete filosófico: do amor platónico (e de outras coisas que nos fazem suspirar)


2500 anos depois, regressa o Symposium
«Para alguns intérpretes, o conceito de amor em Platão em O Banquete é irracional e explicado pela natureza.»
e para si, o que é o amor?
 
venha partilhar connosco. garantimos boa disposição e um menu confeccionado pelas mãos do grande chef José Besteiro.
+ info: joebest@dacozinha.net

32 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Seja qual for o conceito
em que se tenha o amor,
seja ele aquilo que for,
merece o nosso respeito!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Embora o tenha provado
nos arroubos da paixão,
não me sinto autorizado
a dar do amor a noção!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Se por um lado o amor
tem muito de natural,
terá por outro um factor
puramente racional!

JCN

João de Castro Nunes disse...

AMOR PORTUGUÊS

O verdadeiro amor à portuguesa,
estável, recatado, atencioso,
não é por natureza tormentoso
nem corre atrás apenas da beleza.

Os casos que a história certifica
acerca dos monarcas e escritores
infernizados pelos seus amores
não são o que em geral se verifica.

Para o amor ser português de facto
basta que seja amor tão simplesmente,
sem dramatismo nem espalhafato.

Tanto triunfa o amor que faz história
como o que sem alarde, mas ardente,
só no seio do lar deixa memória!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

O banquete de Platão
foi um tremendo banzé:
quando acabou a sessão,
já ninguém se tinha em pé!

JCN

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
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João de Castro Nunes disse...

Cara Senhora, por que não deixa o soneto e tenta outra modalidade mais conforme com a sua marcada tendência para sistematicamente "fugir" à grade?!

Quanto à concepção do amor, tem cada qual a sua em consonância com o que lhe vai pela porta! E por que não?... Será que os cisnes têm para todos o mesmo aspecto... fálico!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Que distantes nós estamos
no que respeita ao amor:
tão-somente quando amamos,
saberemos onde o pôr!

JCN

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

A MINHA ALMA GENTIL

Ela era o supra-sumo das mulheres
em todos os sentidos, sem mazela
de espécie alguma, virtuosa e bela,
sem nunca descurar seus afazeres.

Mulher assim, dirão, nunca existiu,
nunca Deus a criou para ninguém
nem mesmo, desde logo, para quem
em seu marido se constituiu.

Esse é de todos o maior engano
que alguém já cometeu por simplesmente
vez alguma a ter visto à sua frente.

O seu olhar lembrava o oceano,
entre verde e azul, e seu cabelo,
de tom dourado, era um espanto vê-lo!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

Que decepção, cara Senhora... dos "pés grandes e peludos"! JCN

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
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João de Castro Nunes disse...

Quer seja de ancas ou não,
no balão só vai quem quer:
cá por mim prefiro ter
os pés assentes no chão!

JCN

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

Por causa das "teias"... andamos todos "às aranhas"! JCN

João de Castro Nunes disse...

Se acaso não encontrou
outro amor a não ser esse,
é desgraça que acontece
a quem tão mal o tratou!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Parece que continua
com a sua concertina
por afinar, em surdina,
alarmando toda a rua!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Quem não tem capacidade
para um só verso acertar
é bom que pense em mudar
para outra modalidade!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Aí vai mais um, ao meu jeito, camoneando:

AMOOOR!

Amor não se define, mas se sofre,
amor é jóia rara que se guarda
a sete chaves em seguro cofre,
cujo segredo em cifra se retarda!

Amor é sentimento indescritível
que de maneira alguma se alardeia,
pois é de certo modo incompatível
com qualquer outro canto de sereia.

Amor é sensação que não se inventa,
mas que uma vez em nosso peito entrando,
sem descanso nos dar, nos atormenta.

Falo por mim que, um dia me encontrando
com ele de surpresa, fiquei preso
dos seus grilhões, de que suporto o peso!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

Mais uma v4ez, camoneando:

AMAR ATÉ MAIS NÃO

Amar, amar, amar até mais não,
amar fervendo, como tu dizias,
amar, amar, amar todos os dias
até se nos parar o coração;

amar ano após ano, a todo o instante,
sem hora para nada além de amar,
amar, amar, nunca deixar de amar
em natural renovação constante;

amar como se nada mais houvesse
para fazer no mundo a não ser dar-se
até final sem peso nem medida;

amar, quando o amor nos acontece,
é, por assim dizer, perpetuar-se
no ser amado para além da vida!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

Altero o último verso para:

no ser amado sem contrapartida!

JCN

João de Castro Nunes disse...

A brejeirice gratuita
sem qualquer finalidade,
mesmo que seja fortuita,
fere a minha identidade!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Quem só por uma ironia,
que não faz mal a ninguém,
dá a casca ou se agonia
grande carácter não tem!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Em campo fiquei sozinho
as minhas armas velando,
qual D. Quixote aguardando
bater-se contra o moinho!

JCN!

João de Castro Nunes disse...

De farroncas sem sentido
nunca gostei na existência:
detesto, como é sabido,
atitudes de insolência!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Pode a gente discordar
dos nossos pontos de vista,
mas um perfeito humanista
de luvas deve lutar!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Versejando, após ter clicado em FW:

As suas ancas grotescas
são de evidente mau-gosto:
têm feições carnavalescas
de se lhes virar o rosto!

JCN

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
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João de Castro Nunes disse...

Depois de ler os seus versos
que os ouvidos me arranharam,
tomei remédios diversos
que bons euros me custaram!

JCN