O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mundo é como a impressão deixada pelo contador de uma história. 

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Será pertinente a comparação?! JCN

Cláudia Oliveira disse...

Provavelmente não, tem razão. Cada vez mais a ficção, representação e realidade se misturam, e não me sinto confortável com este movimento. Isto, mesmo sabendo que o real é uma percepção subjectiva e que na vida, ao contrário da arte, o eterno retorno nem sempre acontece.
Obrigada pelo comentário,
Cláudia

João de Castro Nunes disse...

Fora de contexto! Apanhou boleia na viatura errada!JCN

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Gostei muito da frase. Profunda. Potente... Remete-me - por meio de entrecruzamentos indiretos - ao mito da Caverna, de Platão, e ao conceito de mundo essencial aristotélico. Uma certa sensação de mise en abyme: não somos nem a história contada (que já não é a Verdade por si só, por ser contada por alguém - sobretudo um contador, que não possui nenhum compromisso com a verdade), somos a sombra dessa história... a sombra da sombra da sombra... Quem sabe a sombra da sombra não seja a luz? Deixo aqui minhas refrações poéticas... Um abraço de terras brasileiras!