O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 25 de junho de 2011

poesia? pó e azia?

anda por aqui um dactiloescrito
-projeto de livrinho de poemas
com o nome de
"DESARMÓNICA DE BOCA"

cheio de pó
e talvez me provocando essa tal azia

abro ao acaso e tiro
este exemplar anónimo

:

a cor dos teus olhos
-sem nuvens sem sombras-
é o mar é os barcos
é o sol é as ondas

a cor dos teus olhos
-sem nuvens sem sombras-
é o bem é o mal
o falcão e as pombas

a cor dos teus olhos
-por mais que tu escondas-
é a paz que é capaz
de estar dentro das bombas

6 comentários:

Isabel Metello disse...

Grande exame cromático-iridológico!

Isabel Metello disse...

com tanto pó bombástico só me apetece usar as seguintes onomatopeias :) coff, coff, coff, bum, catrapum!

platero disse...

não dá para descodificar comentários

de qualquer modo agradeço

platero disse...

perdão
só agora entendi porquê das intervenções
:
são da simpática criativa/animadora
da Boutique de Cascais

Isabel Metello disse...

:)) Obrigada pelos qualificativos- tenho dias! :))

Isabel Metello disse...

Mas tem toda a razão- há pombas que mais são autênticas bombas (de neutrões :)), por mais que se esforcem para não provocar cogumelos atómicos .)))