O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 17 de abril de 2011

quando era rapaz novo, os homens e as mulheres eram-me feios,
as árvores só serviam para nos esconder a pila, os rios eram a
transparência do sono, as velhas sonhavam sem serem vistas, 
e a morte tinha um toque rosáceo. quando era rapaz novo, os poetas
punham-se às escuras para ver que cor era o mar, o meu pai falava com os pássaros e cada prostituta tinha uma história sobre bonecas. 
os automóveis eram todos eróticos, a primavera tinha um 
sabor amargo, o amor caminhava cego e, quem o escrevesse, morria.
agora sou rapaz velho e, tudo que era continua a ser, excepto
o porquê das árvores.

10 comentários:

ethel disse...

porque era ontem sonhei contigo rapaz, escondendo o olhar, falando entre dentes, o porquê das árvores. antes que o ontem aconteça outra vez, deixa-me segredar que o porquê pouco importa, é mais uma forma que tenho de te lembrar rapaz.

platero disse...

gostei

e os cães- por que levantam a perna quando as abordam para mijar?

diz-se que é para evitar que lhes tombem em cima e os esmaguem

abraço

platero disse...

Paladar

quando posso ouvir mais poemas teus ditos por ti?
envia, se tiveres

beijo

ethel disse...

Platero
eu sou um disparate quando falo!
beijo

platero disse...

não fique triste

eu mesmo sem falar sou disparate

outro

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
platero disse...

Fausta

foi preciso o meu amigo regressar
para reanimar o Blog

seja pois BENVINDO - em vez de FAUSTA

ou neFAUSTA?

abraço amigo

Cnidária disse...

Poet-tree

i fear that i shall never make
a poem slippier than a snake
or oozing with as fine a juice
as runs in girls or even spruce
no i wont make not now nor later
pnomes as luverlee as pertaters
trees is made by fauns or satyrs
but only taters make pertaters
& trees is grown by sun from sod
& so are the sods who need a god
but poettrees lack any clue
they just need me & maybe you...

rmf disse...

Triste que é a visão do passado, como se nunca o tivéssemos vivido; a razão disso, as mais infantes perguntas que já foram as respostas do nunca as haver respondido.

abraço aos comentadores, e ao poeta.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.