sexta-feira, 29 de abril de 2011
Noite quente em breve chama
a brisa e o cheiro da chuva adiante
por esta vereda passo
altos muros, altas árvores, ao alto o céu
percorro-a, e corro
acorrem as árvores, empurram-se
tocam-me os ombros
pelo labirinto seguem as nossas sombras
ao fundo o guarda abre o portão
não olha para trás, saberá que estou aqui
a correr vou por esta vereda
ao chegar ao limiar abrando
e ao primeiro passo fora do portão recolho-me dentro
lá fora passos largos
cá dentro pausados,
devagar vou-me sentar naquele banco,
pés nus sobre a relva ao entardecer
vejo os pombos, os melros, os pardais no seu canto
e o rio e as estrelas neste recanto
passo por esta vereda
agora que é noite,
o mesmo ao entardecer,
estou onde ficara a aguardar o tempo de estar
estendo-me na relva, ao pé do casal de pombos, dos dois melros, do bando de pardais
e o rio e as estrelas são o fruto que pende sobre as copas destas altas árvores.
por esta vereda passo
e em cada passo parto e sou neste lugar.
a brisa e o cheiro da chuva adiante
por esta vereda passo
altos muros, altas árvores, ao alto o céu
percorro-a, e corro
acorrem as árvores, empurram-se
tocam-me os ombros
pelo labirinto seguem as nossas sombras
ao fundo o guarda abre o portão
não olha para trás, saberá que estou aqui
a correr vou por esta vereda
ao chegar ao limiar abrando
e ao primeiro passo fora do portão recolho-me dentro
lá fora passos largos
cá dentro pausados,
devagar vou-me sentar naquele banco,
pés nus sobre a relva ao entardecer
vejo os pombos, os melros, os pardais no seu canto
e o rio e as estrelas neste recanto
passo por esta vereda
agora que é noite,
o mesmo ao entardecer,
estou onde ficara a aguardar o tempo de estar
estendo-me na relva, ao pé do casal de pombos, dos dois melros, do bando de pardais
e o rio e as estrelas são o fruto que pende sobre as copas destas altas árvores.
por esta vereda passo
e em cada passo parto e sou neste lugar.
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4 comentários:
Sorrio-te, Luiza,detrás dos jardins, e acompanho-te, por veredas adiante, por essa noite "breve chama", por portões que se abrem aos passos dentro e fora do pulsar dos lugares, num continuum de memória, rio vivo de passos onde se está no ser que se está,nos passos de haver e ser, em toda a parte, espaço de sentir, dulcíssimo estar de partir e ficar, sentada na relva do passo e do passar. Ser aqui e em outro lugar, noite de uma tarde anterior, manhã de estar no limiar...
Sorrio-te daqui e de lá.
Muito belo Luiza, tão visual que me senti nessa vereda, escutei esses pássaros e vi e ouvi o ribeiro que corre. A relva é fresca e cheira a verde.
Tb adorei- a fusão total com a Natureza que connosco se confunde, apagando o rasto do que dela nos separa. Só assim poderemos ser felizes...
não sei se dizer: "gostei muito"
pode ofender a sensibilidade da poeta
mas é o quanto sinto
beijinho, Luiza
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