terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
NO DIA DA NAÇÃO. AVISO AOS INCAUTOS:
Desde ontem que a polícia está na rua com os computadores e os cães. Ontem mesmo, a minha vizinha foi presa. Levaram-na para 500 km a sul. As cadeias da cidade estão cheias.
Ouvi dizer, que as pessoas são selecionadas por novos tipos de crime:
1- ala A para quem não paga as contas da EDP
2- ala B para quem não paga as contas da EPAL
3- ala C para quem não paga as contas da ZON, MEO, OPTIMUS, VODAFONE e TMN
4- ala D para quem, além de não pagar nada do acima referido, não foi às promoções do PINGO DOCE, no feriado
Para os que devem ao FISCO, no limite de 5000 euros, o governo arranjou um poço seco. Mergulha lá os prevaricadores, pois são elementos nocivos à sociedade.
Para os que devem milhões, o governo tem alguma maleabilidade e compreensão, convoca-os para uma reunião. Ninguém sabe o resultado.
Queria dar um passeio a Cascais, mas é arriscado.
Não paguei nenhuma das contas acima mencionada, não paguei o imposto automóvel, devo ao fisco porque me esqueci de informar que nada faturei no ano passado e esqueci-me que o 1º de Maio é dia obrigatório de ir ao supermercado.
Quando todo mundo estiver preso e as ruas deste país estiverem serenas e desertas, alguém em algum lugar que não cá gritará: Viva Portugal!
Desde ontem que a polícia está na rua com os computadores e os cães. Ontem mesmo, a minha vizinha foi presa. Levaram-na para 500 km a sul. As cadeias da cidade estão cheias.
Ouvi dizer, que as pessoas são selecionadas por novos tipos de crime:
1- ala A para quem não paga as contas da EDP
2- ala B para quem não paga as contas da EPAL
3- ala C para quem não paga as contas da ZON, MEO, OPTIMUS, VODAFONE e TMN
4- ala D para quem, além de não pagar nada do acima referido, não foi às promoções do PINGO DOCE, no feriado
Para os que devem ao FISCO, no limite de 5000 euros, o governo arranjou um poço seco. Mergulha lá os prevaricadores, pois são elementos nocivos à sociedade.
Para os que devem milhões, o governo tem alguma maleabilidade e compreensão, convoca-os para uma reunião. Ninguém sabe o resultado.
Queria dar um passeio a Cascais, mas é arriscado.
Não paguei nenhuma das contas acima mencionada, não paguei o imposto automóvel, devo ao fisco porque me esqueci de informar que nada faturei no ano passado e esqueci-me que o 1º de Maio é dia obrigatório de ir ao supermercado.
Quando todo mundo estiver preso e as ruas deste país estiverem serenas e desertas, alguém em algum lugar que não cá gritará: Viva Portugal!
sexta-feira, 8 de junho de 2012
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Esta noite, sentou-se a meu lado na sala de cinema, uma senhora de chapéu azul. Voltei-me impaciente para tentar perceber porque razão aquela personagem mostrava-se expectante entre o desejo de aplauso e a necessidade de privacidade.
Dei um toque disfarçadamente no cotovelo da minha vizinha. Olhou-me tranquila, a Rainha de Inglaterra.
Nada disto é inventado, pois foi tudo sonhado nesta noite que passou.
Antes de adormecer, ouvi o Passos Coelho dizer que estamos todos de parabéns.
A vida nesta terra, beira o cinza da passividade. A minha loucura casa-se com a noite. A rainha já vai ao cinema com a plebe.
domingo, 3 de junho de 2012
À porta do prédio, Helena espera-me, como sempre, com mais um poema.
- Vê lá, se gostas deste.. É o que ando a fazer agora. Não leias, se estás cansada, mas se queres esquecer o teu dia, embrenha-te nele. É o que ando a escrever. Não sei que horas são...
- Já passam das seis da manhã. Acho que vou ler depois de dormir...
Devolve-me um sorriso. Responde-me sempre assim. Ela é a minha vizinha do r/c. Não sei o que faz, para além dos poemas que me ofecere a cada manhã.
"Edito a vida de quem não tem vida, todos os dias", diz a caminho de sua casa.
Se Helena matasse o vizinho do segundo esquerdo, teria um editor. Seria notícia em todos jornais: “Poetisa estrangula vizinho, ao raiar da manhã...”. Em pouco tempo teria um livro publicado com todos os seus poemas. Tenho certeza que seria um best seller.
Augusto é um velho militar reformado. Toca uma corneta desafinada ao raiar de todas as manhãs. Helena está convencida que o homem terá sido galo numa vida passada.
Quando chove, a poeira vira lama. Na mesa da minha sala de jantar, amontoam-se fotografias. O passado ganha contornos de presente. Desenho com os dedos cada traço como se nesse gesto, a velhice fosse somente um breve pesadelo. Deixo que os espelhos ganhem pó e com o tempo se distraiam de mim.
Helena parece não ter idade. Enquanto envelheço a cada manhã, ela parece sempre a mesma com um sorriso que não consigo definir. Os seus poemas moram com as minhas fotos, como se fossem amantes inseparáveis.
Antes de me deitar, em vez de pedir a Deus desculpas por todos os meus pecados, leio. Os poemas de Helena são como a noite morna que aconchega meu corpo.
Dormir de dia, é como andar em contra-mão. O corpo pesa e reage descompassado.
Depois de um banho quente, sento-me a ler o poema de hoje:
“Tudo que nasce é gerado na sombra,
A morte acolhe a semente de uma nova vida”
Doce é esta dor que abraça o meu coração antes de adormecer. Um casal de grilos canta na minha janela.
- Vê lá, se gostas deste.. É o que ando a fazer agora. Não leias, se estás cansada, mas se queres esquecer o teu dia, embrenha-te nele. É o que ando a escrever. Não sei que horas são...
- Já passam das seis da manhã. Acho que vou ler depois de dormir...
Devolve-me um sorriso. Responde-me sempre assim. Ela é a minha vizinha do r/c. Não sei o que faz, para além dos poemas que me ofecere a cada manhã.
"Edito a vida de quem não tem vida, todos os dias", diz a caminho de sua casa.
Se Helena matasse o vizinho do segundo esquerdo, teria um editor. Seria notícia em todos jornais: “Poetisa estrangula vizinho, ao raiar da manhã...”. Em pouco tempo teria um livro publicado com todos os seus poemas. Tenho certeza que seria um best seller.
Augusto é um velho militar reformado. Toca uma corneta desafinada ao raiar de todas as manhãs. Helena está convencida que o homem terá sido galo numa vida passada.
Quando chove, a poeira vira lama. Na mesa da minha sala de jantar, amontoam-se fotografias. O passado ganha contornos de presente. Desenho com os dedos cada traço como se nesse gesto, a velhice fosse somente um breve pesadelo. Deixo que os espelhos ganhem pó e com o tempo se distraiam de mim.
Helena parece não ter idade. Enquanto envelheço a cada manhã, ela parece sempre a mesma com um sorriso que não consigo definir. Os seus poemas moram com as minhas fotos, como se fossem amantes inseparáveis.
Antes de me deitar, em vez de pedir a Deus desculpas por todos os meus pecados, leio. Os poemas de Helena são como a noite morna que aconchega meu corpo.
Dormir de dia, é como andar em contra-mão. O corpo pesa e reage descompassado.
Depois de um banho quente, sento-me a ler o poema de hoje:
“Tudo que nasce é gerado na sombra,
A morte acolhe a semente de uma nova vida”
Doce é esta dor que abraça o meu coração antes de adormecer. Um casal de grilos canta na minha janela.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
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