O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Tudo morre
Tudo nasce
Tudo se transforma,
Incessantemente,
De um modo multi-forme
E naturalmente disseminado!

Nada permanece!
Nada permanece!

A perpétua mudança
Impera
Num equilíbrio inextinguível.

O Ser está aí
Estável
Em cada alvorecer
Em cada des-floração.

Oculta-se
Em todas as coisas.
Des-vela-se
Em todos os entes.

Aparece
E
Desaparece
Num círculo redondo.

Isabel Rosete

1 comentário:

João de Castro Nunes disse...

Será isto o que chamam poesia de oficina?!... JCN