O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 29 de maio de 2012

TRAÇOS DE AUTO-RETRATO

pelas cores ingénuas
com que julgo me pinto

por à clara luz
a que suponho me dou

corro o risco - pressinto -
de ser tomado
pelo que sou

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Não há dinheiro que pague
a sua autenticidade,
que Deus queira não se estrague
para bem da humanidade!

JCN

Isabel Metello disse...

Emoções Sublimes não são compráveis, por definição. A Autenticidade é um Dom Inestimável, ainda por cima numa matriz sociocultural tão dada ao culto da superficialidade e das aparências- e não será assim em toda a mundanidade espalhada por esse mundano, tantas vezes, imundo mundo???!!!

Sua Eminência, por exemplo, é, por vezes, tão mauzinho, mas é autêntico, é frontal (embora, por vezes, de forma enviezada- mas isso foi o contacto com o Jus Romanum que o influenciou:), detesta-me e di-lo- Amen! Detesto hipocrisia! Prefiro um inimigo declarado a um falso amigo- este último deixa sempre mágoas irrecuperáveis, faz-nos perder a confiança nos outros!

Isabel Metello disse...

Mas, por favor, Sua Excelcíssima Eminentíssima Jus Romaníssima Excelentíssima, sinceridade e autenticidade distingue-se de má educação- gurreie-me, mas faça-o de acordo com o Código Bushido- ando assim, muito virada para oriente, talvez porque a ocidente bons ventos não os pressinta ultimamente :)

João de Castro Nunes disse...

Estou pesaroso, menina Meirelles, por me considerrar hostil à sua respeitabilíssima pessoa, contra a qual não tenho por que guerreá-la e muito menos ofendê-la! Não me interprete mal, se por vezes saio dos carris de uma civilizada controvérsia ou filigranada conversa de coisa nenhuma. Coisas que a literatura tece, mas que não fazem mal a ninguém De resto, se eu lhe tivesse azar, como parece insinuar, eu não estaria aqui a dar-lhe permanente réplica, contrapondo à sua verbosidade a minha parca forma de expressão. Cada um é com Deus o modelou e a cultura que possui. Que longe estou da sua torrencial riqueza vocabular! Que exuberância africana! Pois fique sabendo que não lhe quero mal algum e até não deixo de simpatizar sinceramente consigo. Abaixo as armas! JCN

João de Castro Nunes disse...

Possui Platero um jeito especial
de compor seus poemas, colocando
os versos de maneira original
e fazendo-os rimar de quando em quando!

JCN