O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quando tentei ser poeta original
vieram bandidos e esfregaram-me com ouro
líquido na cara. quando sonhei com a leveza 
dos pássaros perdidos, uma poetisa engravidou-se 
através das suas próprias mãos. quando vesti a túnica 
das esfinges gregas, uma criança chorou diante 
do altar do abandono. quando descobri o conforto do invisível,
parti para dentro de mim e acendi os olhos.

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

E que viu?!... JCN

João de Castro Nunes disse...

Essa da poetisa, pá, não será uma exagerada liberdade poética?! JCN

João de Castro Nunes disse...

Se a moda pega, pá, nós, os homens, estamos feitos ao bife! JCN

João de Castro Nunes disse...

Tirando a minha pessoa,
em termos de poesia,
a Serpente, que não voa,
quase não tem freguesia!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Toda a pessoa humana, em seu normal,
tem condições para fazer amor,
constituindo graça especial
ter aptidão para fazer humor!

JCN