O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 21 de janeiro de 2012

off load



onde
mínimo nulo se insoluciona
rumo a um infindo destino
eternamente irresolúvel

Vergílio Torres

18 comentários:

João de Castro Nunes disse...

"Porra, senhor abade!" - dizia em casos tais o carismático Bispo do Porto. JCN

Anónimo disse...

Venho dizer-vos da extrema beleza quinestésica do "Poema" aqui postado.


Muito belo. Muito grata.

João de Castro Nunes disse...

Com letra grande ou pequena?! JCN

Rita Cardoso disse...

Quando o mar bate na areia ... o bicho não se lixa, como se pôde ver. Para caracol anda rápido, que bicho-pedra é esse? Está bonito esse audiovisual, é calmante aliviando um pouco.

João de Castro Nunes disse...

Qual é o código?!... JCN

platero disse...

talvez abusivamente tomo a liberdade de pôr aqui resultado de minha breve pesquisa sobre significado de QUINESTESIA
:
Inteligência corporal-cinestésica

Segundo a teoria das múltiplas inteligências, a Inteligência corporal-cinestésica refere-se as habilidades que atletas e artistas (especialmente dançarinos) desenvolvem para a coordenação desejada de movimentos precisos necessários para a execução de sua técnicas.
Um problema sério no desenvolvimento dessa inteligência é que segundo Howard Gardner a maioria das escolas se satisfazem com desempenhos mecânicos, ritualizados ou convencionalizados, isto é, desempenhos que desenvolvem as habilidades apenas levando o aluno a repetir o que o professor modelou.
Uma das técnicas mais usadas para o desenvolvimento da cinestesia é vendar os alunos para que com a ausência da visão eles se focalizem na cinestesia no uso de suas técnicas.[2] Outro recurso muito utilizado é o uso de um ou mais espelhos ao redor do aluno durante os exercícios ou filmar o treinamento para que a visão sirva como feedback de como estão sendo feitos os movimentos

rmf disse...

Saudades, com saudade, um abraço, muito grato.

Rita Cardoso, é um burrié atleta (sorriso). Obrigado pela gentileza, e pela ideia retribuída.

Platero, agradeço a exploração da ideia "Quinestesia", aqui com contornos de cinética, à qual o movimento em si contido se une e funde, em lato sentido, precisamente, à cinemática. Mas já que falamos em exercícios, considero profundamente bela a passagem do jogo da cabra-cega, passo o hífen; é um exercício também muito utilizado quando bem orientado para a obtenção e prossecução de objectivos específicos, aos quais, nomeadamente, em Teatro, se conferem na visualização e desenvolvimento de uma acção da Memória. E não basta deixar as pálpebras sobreporem-se (ainda que seja isso ideia recorrente), uma venda é fundamental, já que, à medida que o exercício se desenrola, e nas sucessivas quebras que poderão ocorrer durante o mesmo, o actuante - devidamente acompanhado - recorre à venda para visualizar correctamente de novo, mais e mais uma vez se necessário tudo o que a Memória contém, até que toda a acção comece a ganhar forma e clareza, corpo, movimento, para que assim possa ela ver-se reproduzida. Mas se nada disto terá a ver com o audiovisual, ou se sim ou se não, pouco importa, valeu na mesma!

João de Castro Nunes, código, o díptico, e a sua ausência.

Saudações

João de Castro Nunes disse...

C' um carago! JCN

rmf disse...

Que susto...

João de Castro Nunes disse...

Não é caso, pá! JCN

rmf disse...

Ufa... ainda bem, um abraço!

Isabel Metello disse...

Engraçado como para não autóctones a pronúncia dos vocábulos bitch (a tal cabra dita cega e quiçá expiatória- se calhar, vê bem talvez até demais, daí o busílis da questão...:) e beach não é distintiva, quando são quase antónimos, mas enfim. Há quem veja o mar como um lago em forma de piscina domesticada e, depois, afogam-se. Vi umas cabras no Marrocos profundo que subiam a árvores- decerto que a visão lá de cima deve ser tão agradável, bem melhor do que andarem em rebanhos conduzidas por pastores. Não aprecio rebanhos, parecem que estão todos vendados e a cinestesia é toda coordenada pelos mentores. A caracoleta andante é gira e determinada, segue em linha recta, para depois se deixar banhar em águas límpidas, sempre raras, com a poluição que por aí pulula.Não é para qualquer uma, muitas delas vão parar ao estômago de quem as deglote com um palito (bragh!:)...

João de Castro Nunes disse...

Sempre... na boa, quinestesicamente! JCN

Isabel Metello disse...

Em cima de uma árvore ou no mar, sem backups (que horror! já não há pachorra para matilhas com backups, aprecio quem segue o seu percurso sem coletes salva-vidas:), é sempre um mimo :) http://www.youtube.com/watch?v=r3sHLCcnL1I
Ó para elas tão catitas.
E estas??? http://youtu.be/f8mQir6RnZs
Ui!!! Qual parapente, qual pára-quedas, qual quê??!!! O importante é voar sem voltar ao estádio como a coitada da águia do Benfica! Tadito do bicho!

Gosto deste, isto é que é voar- quem gosta de pássaros não os tem em gaiolas (e até se pode estar numa não o estando se a mente for livre :) http://www.youtube.com/watch?v=mgkk0Hdwmo8

rmf disse...

Isabel Metello, grato pelo seu comentário, de onde destaco "A caracoleta andante é gira e determinada, segue em linha recta, para depois se deixar banhar em águas límpidas, sempre raras" que, correndo o risco de o descontextualizar direi, belíssimo!

Vi com atenção os vídeos que sugere, belíssimos também, desde Marrocos aos Himalaias, o primeiro num registo de viagem, o segundo num registo de pós-produção. Interessam ambos, de facto, quando alguém se propõe a dar-lhes um outro mesmo sentido, compondo-os em uma narrativa visual.
Não menosprezando os pequenos trechos de vídeo que possam ser partilhados ou difundidos dentro do mesmo registo, o mais difícil, ou, quem sabe, mais desafiador, quando em recurso de ferramentas de edição, quem decida a realizá-los é, ou será, uni-los numa narrativa, dando-lhe lógica de sequência, a favor ou contra o Tempo.

Obrigado

Isabel Metello disse...

Nada, obrigada eu, pois fez-me lembrar a resistência das conchas e das criaturas caprinas e dos voos a pique, os mais emocionantes, ainda por cima num mar revolto.
Mas o que é o tempo, senão uma mera convenção falaciosa humana? Um segundo pode demorar horas e décadas podem-se reduzir a minutos...nada...

rmf disse...

Perfeito.

Obrigado, mais uma vez.
Abraço

João de Castro Nunes disse...

Deixem, no dicionário, algumas palavras... para os outros! JCN