quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O DIA DO REIZOLAS



Verbo interior não é somente a tradução das coisas sensíveis para inteleccionadas. É porventura mais do que o reconhecimento de Deus nas coisas criadas. É, com o auxilio da uni-trindade, a relação mais intima de Deus com o mundo e os homens, criação projectada espontânea. Despeçam esse patrão cheio de manhas, Ele. Por justa causa sussurramos seus enigmas atrás da imagem, mas não vemos costas e nalgas, cunhamos a completude em linguagem sem tempos com olhar de avatares. Despeçam Deus como totalidade de cartão, garantiremos as suas manhas e os desenhos de lápis de cera, criaditos governando o poder operativo através do seu Verbo feito verbo interior e movimento exterior. Verbum mentis e sinónimo da relação Logos-Pai que enche o sensível de espírito e auspicio que as enfermiças estrelas possuem sem serem Fred Astaire, também podendo ser pais, mães, palafreneiros e papas. Em última análise, o verbo interior é a constatação mais directa da presença de Deus nas coisas que criou e da necessidade absoluta deste apanhar o autocarro para o cu de Judas dos prospectos. Com o enchimento de volume desse verbo, a presença torna-se quase Espírito em conhecimento e f(um)ção. A quem permeia sem pedir licença, com emaranhados e animalescos, representando-nos como ideogramas da mesma compulsão. Que em linguagem interior permanece impressão digital de Pensamento que se pensa, dinâmico ideativo original que depende de constrangimentos obscenos e que neles realiza sua medida: não precisareis de pensar meus pequeninos, descansai de mãos juntas. O enigma do homem permanece neste linhado, divisão entre corpo e intelecto ou pura formalidade do obscuro, em testemunho juiz dele sendo a voz do gerúndio interior, participando panteísta pela constatação imediata do seu Logos vernacular, ao que bastará o ruído flatulento, cinzento mortiço dos infernos celestes, construções de budismo macabro.
Entre as fronteiras designadas da realidade e do conhecimento os opinados desbaratados da multidão espaçam e objectivam os corredores, com o que lhes impingiu o formulaico e tirânico óbice dos cosmos. Quanto mais passeiam, não por arrabaldes mas avenidas imponentes de erro gramatical (directivo?) ordem superior, mais perto de serem a esplêndida metáfora. Mesmo que no fim se limitem a apontar a esta, a do elefante morto como o exemplo qualitativo, para eles. Quanto ao verdadeiro mister das hierarquias, esse possuirá suficiente e inominável categoria para entregar como conteúdo, senão ao agnosticismo, decerto ao onirismo selvagem e irremediado único real.

9 comentários:

  1. Ó Coelacanto, isto é português, latim ou... latão?!... JCN

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  2. Tenho mais do que fazer
    para aturar as serpentes:
    espero não vir a ter
    efeitos maus dos seus dentes!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  3. Vc é um mártir Jcn. Entre pedradas e mordidelas ainda vai parar ao panteão. tenha fé!

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  4. Versão melhorada:

    Eu tenho mais que fazer
    do que aturar as serpentes:
    nada me obriga a sofrer
    a peçonha dos seus dentes!

    JCN

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  5. que negativismo Jcn, afinal já perdeu toda a esperança na humanidade?
    restam os sonetos!

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  6. és o príncipe do vai e volta, do diz que vai e não vai, do vai e vem

    não te deram atenção quando eras pequenino?

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