"Igreja Católica", para Agostinho [da Silva], é sinónimo da Comunidade "Universal" e "ecuménica" de todos os que firme e autenticamente se esforçam pelo fim de todas as divisões, discriminações, antagonismos e conflitos, a todos os níveis, do espiritual ao bélico, passando pelo racial, social, económico e político. Irredutível a qualquer religião e confissão e de todas integrante, mesmo [...] do ateísmo e do agnosticismo, ela é a comunidade revolucionária metanóica de todos os homens que lutam, sem nada destruir, pela transformação radical de si e do mundo. "Revolução" que exige "estudar", "pensar", mas sobretudo "ser" o mais plenamente possível, vencendo ascética e humildemente as resistências da "natureza", do "ambiente" ou das "ambições". "Revolução" que exige, como é timbre do culminar místico de espiritualidade agostiniana, encontrar e ser "a essência que a tudo liga", o que vale mais que dizê-lo ou escrevê-lo, enquanto se ora por que os outros igualmente o façam. "Revolução" que não é, enfim, senão o pleno cumprimento da mais funda vocação existencial de cada homem, vinda do absoluto.
Paulo Borges, Tempos de Ser Deus, A Espiritualidade Ecuménica de Agostinho da Silva, Âncora Editora, 2006, pp.188-189
Dito por Agostinho... tiro o chapéu! JCN
ResponderEliminarSe todos assim nos revolucionássemos tudo seria outro, um novo Céu e uma nova Terra.
ResponderEliminar