UMA PALAVRA:
Novamente na posse da palavra, uma vez mais restituída por óbvias razões que, por pudor, me escuso de explanar, não me retiro sem primeiro exercer o direito de responder a quem me quis conspurcar com os seus torpes comentários... feitos na certeza de estarem a bater numa criatura... amordaçada, ou seja, de mãos atadas. Que "pandilha"! JCN
Camões naufragado em traições, miséria e desprezo, e Pessoa engavetado num arca e hetero-aguardentado em gente, e Rilke abraçado pela boca ao anjo do terrível, e Holderlin sepulto em vida como uma diotima feito criança em velho, e Novalis noivo da Noite e viúvo de si em Sofia, e Rumi teo-engulido em êxtases de um amor sem Amante, e Dante exilado vivo na comédia infernal da vida dos dias medianos, e Shelley afogado de frios nas ondas que haviam de cremá-lo areia naquela praia, e Goethe enmetistoferado em Werther como um avô hermético de Fausto, e Keats defunto prévio como jovem nas asas dum vaso grego feito mascara fúnebre, e Leopardi deambulando ócios tristes pelos ermos imbucólicos dos ítalos infinitos, e Pascoaes pobre tolo em caveira saudosa do mar assombrado no marão povoado de espectros e empecidos, e o Sá, rachado de Miranda de tanto ver vergonhas mas sem vergar, e Antero disparando nirvanas no cano da vida moderna que já não o suportava pensador de casino, Bernardim moço e menino saído da casa de si saudosa da saudade do além-amor das margens do pastorear a alma, e..., e...
ResponderEliminarNenhum deles, por um só e ínfimo instante, por qualquer pequena ou grande ou muito grande glória, sempre coisa muito facínora do tempo, dos tempos sem tempo e da vaidade de todos os tempos, nenhum deles, por um só e ínfimo instante, trocaria por isso a sua voz, que depende de nada para ser alma em poema no lugar do coalhar do sangue da alma vivente: nem do escrever, do dizer ou memorar sequer depende.
Depende só, e só, de ser... de ser poesia no fogo aquoso das cinzas em que, quanto mais feneça e se sepulte o que canta, mais lhe sobrevive a voz à vida, e o poeta ao homem.
Só tem mordaça quem a si amordaça.
(E, ao que se saiba, nenhum deste escrevia em blog...)
Que pena me dá este exibicionismo... lorpa! Amordace-se... homenzinho de Deus! JCN
ResponderEliminar"Quod erat demonstrandum".
ResponderEliminarDizer que "Só tem mordaça quem a si amordaça", além de ser mau português, não passa de uma bronca patacoada, recomendável para fim de conversa. Eu diria:
ResponderEliminarSó se amordaça... quem se torna incómodo! Aprenda, meu rapaz! JCN
Com essa do "Quod erat demonstrandum", tudo faz crer que vossemecê perdeu... o pio! Não lhe ocorre mais nada, senhor DAMIEN?!...
ResponderEliminarP. S. - Olhe que não é "Quod erat", mas "Quod est". Nada cobro pela lição. Sempre gostei de ensinar. Foi hábito que me ficou de meio século de magistério, a todos os níveis. JCN
Ai, caro João, tantos anos e ainda tanto para aprender. Mas não é isso mesmo a vida? Se fosse eu, pediria desculpas e começava de novo. Veria, então, que os sonetos ficariam ainda mais bonitos.
ResponderEliminarDiria um Amigo meu que "não vale a pena o cansaço".
Abraço Grande , Homem.
ó meu Deus, João! Ainda ontem te li pela primeira vez, ainda ontem te desenhaste em mim como promessa, e agora, que pela primeira vez posso comentar, assim te apresentas em despedida... ainda agora aqui cheguei e já tenho que treinar o desapego!
ResponderEliminarSenhor Luís Santos: basta-me que sejam... "bonitos". Com isso me contento. Pelo visto, sempre há alguém que gosta. Graças a Deus! JCN
ResponderEliminarMeu caro senhor Luís Santos: estoulhe grato pela recomendação, que só perde por escusada, uma vez que tenho por hábito... recomeçar todos os dias, como se cada um... fosse o primeiro. Já escrevi a respeito, em prosa e verso. Em todo o caso, é de agradecer! JCN
ResponderEliminarEntão, recomecemos.
ResponderEliminarEis um bom tema para um soneto, terno romance à luz das duas luas de Júpiter: Recomeçando.
ResponderEliminarAproveito para agradecer ao Paulo Borges a criação deste nosso ponto de encontro. Todos somos sempre poucos.