Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Esta música evoca a descida do céu de um avatara que veio salvar o mundo. Diz um mestre que os violinos nos registos agudos do início da peça lhe fazem recordar os sons que escuta durante o acto da meditação, sons esses acompanhados por uma clara luz que tudo envolve. A descida do céu pode ser a passagem do estado dharmakaya para o estado de nirmanakaya, sendo o sambhogakaya toda esta melodia infinita; diz esse mestre que esta obra pode servir de base para meditação: primeiro há que focar a mente na natureza primordial (visão), depois o praticante concentra-se na audição da peça (meditação), a qual aumenta a percepção da visão, preparando o praticante para a prática da virtude (acção) nos seus pensamentos, palavras e acções. Diz o mestre que virtude tem origem na palavra virya - viril, e que Wagner melhor que ninguém conseguiu transmitir esta ideia de virilidade associada à virtude nos clímaxes das suas aberturas e prelúdios, como se verifica nesta gravação no minuto 5:50. Quando se pratica a virtude, a energia flui livremente pelos nossos canais de energia. A prática das seis paramitas é isso mesmo: um conjunto de meios hábeis que para além de visar o bem-estar do outro, visa também o bem-estar do praticante ao eliminar possíveis bloqueios de energia nos canais subtis do sujeito, causa da percepção dualística dos fenómenos. Diz o mestre que a descida do anjo à terra evocada pelo prelúdio wagneriano é a descida dos elementos vitais situados no cimo do crânio até ao centro genital, onde as essências masculina (bodhicitta branco) e feminina (bodhicitta vermelho) se reúnem experimentando o yogi/ouvinte beatitude não-conceptual. A seguir ao clímax (5:50), a música regressa aos registos agudos, evocando a prática do yogi que faz subir as essências reunidas ao centro no cimo do crânio, dissolvendo com a ilusão do desejo sexual o próprio desejo sexual: eliminar o veneno com o próprio veneno. O sexo permite a junção da essência branca com a essência vermelha... Para sentir a beatitude não-conceptual não se pode cair no erro de ejacular pois a energia resultante da junção das duas essências dissipa todos os véus separadores... O vinho, julgo eu, também permite essa união. Julgo, então, que a descida de um avatara à terra, como buda Maytreia descerá um dia do céu Tushita ou como um messias surgirá no futuro encarnando Deus é um processo interior de transformação espiritual que visa a dissipação de fronteiras entre o homem e a natureza, processo esse que pode ser experimentado por todos nós.
Esta música evoca a descida do céu de um avatara que veio salvar o mundo. Diz um mestre que os violinos nos registos agudos do início da peça lhe fazem recordar os sons que escuta durante o acto da meditação, sons esses acompanhados por uma clara luz que tudo envolve. A descida do céu pode ser a passagem do estado dharmakaya para o estado de nirmanakaya, sendo o sambhogakaya toda esta melodia infinita; diz esse mestre que esta obra pode servir de base para meditação: primeiro há que focar a mente na natureza primordial (visão), depois o praticante concentra-se na audição da peça (meditação), a qual aumenta a percepção da visão, preparando o praticante para a prática da virtude (acção) nos seus pensamentos, palavras e acções. Diz o mestre que virtude tem origem na palavra virya - viril, e que Wagner melhor que ninguém conseguiu transmitir esta ideia de virilidade associada à virtude nos clímaxes das suas aberturas e prelúdios, como se verifica nesta gravação no minuto 5:50. Quando se pratica a virtude, a energia flui livremente pelos nossos canais de energia. A prática das seis paramitas é isso mesmo: um conjunto de meios hábeis que para além de visar o bem-estar do outro, visa também o bem-estar do praticante ao eliminar possíveis bloqueios de energia nos canais subtis do sujeito, causa da percepção dualística dos fenómenos. Diz o mestre que a descida do anjo à terra evocada pelo prelúdio wagneriano é a descida dos elementos vitais situados no cimo do crânio até ao centro genital, onde as essências masculina (bodhicitta branco) e feminina (bodhicitta vermelho) se reúnem experimentando o yogi/ouvinte beatitude não-conceptual. A seguir ao clímax (5:50), a música regressa aos registos agudos, evocando a prática do yogi que faz subir as essências reunidas ao centro no cimo do crânio, dissolvendo com a ilusão do desejo sexual o próprio desejo sexual: eliminar o veneno com o próprio veneno.
ResponderEliminarO sexo permite a junção da essência branca com a essência vermelha... Para sentir a beatitude não-conceptual não se pode cair no erro de ejacular pois a energia resultante da junção das duas essências dissipa todos os véus separadores... O vinho, julgo eu, também permite essa união.
Julgo, então, que a descida de um avatara à terra, como buda Maytreia descerá um dia do céu Tushita ou como um messias surgirá no futuro encarnando Deus é um processo interior de transformação espiritual que visa a dissipação de fronteiras entre o homem e a natureza, processo esse que pode ser experimentado por todos nós.
Caro Kunzang Dorje, levanta questões fundas e imensas... Vou ter de viajar e lamento não poder comentar...
ResponderEliminarUm grande abraço:)
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