Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A evidência enganosa
Imagem: Escher, "Charco", 1952
O que eu sei, já o não sei, pois encontrar é voltar a perder; mas o que não sei já, isso aprendo-o bruscamente, na condição de com isso não contar, e de em mim preservar esse estado de "graça" cujo nome verdadeiro é inocência.
O instante é a nossa decepção continuada, mas a intuição é o protesto contínuo da enganosa evidência.
Vladimir Jankélévitch,
“Philosophie Première”, P.U.F., Paris, 1954, pág. 160
Certeiro. Jankélévitch é dos raros pensadores que consegue escrever muito sem perder a profundidade.
ResponderEliminarBelíssima imagem, cheia de sugestões. Lamento não haver o tempo de as explorar...
Há evidência que o não seja? Ver é morrer.
ResponderEliminarDepende, quanto a mim.
ResponderEliminarDepende de ler-se evidência ou e-vidência.
Acabo de morrer, ao ver tal evidência.
Se bem que ignore se não teria morrido na mesma, de não vê-la.
"Decepção continuada"? Ou mero "protesto contínuo da enganosa evidência"?
Para me curar da doença duma tal dor que me não dói, hei-de querer "em mim preservar esse estado de 'graça' cujo nome verdadeiro é inocência."
Um preservar que é, a bem dizer, um re-achar: como quem encontra algo que sabe que tem, mas não sabia onde.
Sem perda e sem ganho. Sem saber o que seja saber ou não saber tais coisas.
Tretas!... Evidentemente! Quem vai... no engano?!... JCN
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