Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Mundo
Existem mundos escuros sem luz mas existem mundos piores. Onde não há luz, não há sofrimento: o mundo é uma mistura de amor e sofrimento; mesmo a luz encerra a escuridão interior que perpassa o mundo na sua potência. De facto, o mundo é uma mistura de uma exterioridade que propriamente não existe, e da interioridade que perpassa aquilo que é aparente. Nunca ninguém sai da sua própria interioridade e tudo é interior. Tudo é sentido. O próprio Nada para lá disso é sentido. Vento. Cada ser consciente de si vive num mundo sentido particular - o seu - e se Krishna é uno e múltiplo assim também é o mundo. No fundo, o mundo é uma mistura de interioridades que existem no Nada, sendo elas o infinito de Sempre. O próprio Sempre. O Sempre é este fluxo intemporal, sem tempo, supra-eterno, desde sempre e para sempre, de entes aparecendo e desaparecendo no Jogo do Tempo: desde sempre e para sempre muitos que são um - arquetípicos, existentes ou prototípicos. O Nada é sentido como a escuridão para lá do movimento de todas as coisas. O movimento de todas as coisas é o Sempre. O Sempre é o Tudo. O Tudo é simplesmente tudo. Tudo é tudo o que é actual. Tudo o que é, é actual - não existem entes potenciais. Um ente em potência é um ente que não existe. E tudo o que existe é este acto uno constituído por multiplicidades, diferenciações. Ao longo do tempo. Um único movimento desde sempre e para sempre, uma orquestra da Eternidade tocando uma sinfonia com as suas harmonias e desarmonias, aparecendo, sendo e desaparecendo, quem sabe se reaparecendo a tempos. Isso é o Mundo. Para lá dele existe algo sem nome, indefinível e desconhecido. Uma escuridão que para muitos em muitos momentos é Luz e Refúgio. Precisamos dela por causa da maneira como o mundo é. A verdade nem sempre é preferível à mentira. A alienação é uma causa pela qual vale a pena lutar em certos momentos, como os de grande sofrimento. Nesses momentos, é preferível senão necessário que nos alienemos de tudo para escapar ao sofrimento. Morfina. (Precisamos de Deus. Deus é a Escuridão que protege e dá força, o Refúgio escuro onde estamos protegidos, e a Luz da Salvação para quem acredita na Salvação. Nós e o mundo somos de maneira tal que precisamos de Deus; de tal maneira é o nosso Fado.) Refúgio. Isso é Deus.
Acenda a luz!...
ResponderEliminarEstou bem na Escuridão :)
ResponderEliminarE o palhaço não desarma! JCN
ResponderEliminarCaro João, só respondo porque estou bêbedo: vá-se foder. Ou foder alguém, também serve. Cumprimentos.
ResponderEliminarMas... o JCN não tem quase 100 anos?
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