sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Corpo


O corpo é um bocado de carne. O corpo vivo é algo diferente disso, porque sente. Na morte, algo sai do corpo e este assume a sua natureza puramente carnal - ou morta? Um bocado de carne, insensível e inerte como uma pedra. Apercebemo-nos de que ele é carne. Tantas e tantas vezes absortos do corpo, não pensamos nele, daí não pensarmos nele como carne: a consciência do corpo torna-se audível sobretudo nos momentos de dor. Aí dizemos - eu sou isto. Carne. E desaparecem as vãs esperanças e ilusões sobre a nossa suposta espiritualidade enquanto entes. Pois em nós o próprio ser espiritual está misturado com o ser corporal e são, possivelmente, indistintos. O espírito sente o que acontece ao corpo e o corpo não se revê nos cantares do espírito, que aparentemente tudo comanda. Mas o espírito revê-se no pranto do corpo. Ante a ferida aberta, o espírito agoniza e perde-se em orações e rezas, escapes e fugas da dor. Aí dizemos - faz isto passar. Anestesia.

6 comentários:

  1. Quer-me parecer que vocemessê tem que tratar essa anemia!...

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  2. Também não é assim tão anémico...rsss...

    (acho que é isso que escrevem, mas não sei bem o sentido...)

    O corpo... bem! O corpo está cortado e é uma costoleta...
    anémica, pronto:))

    Um beijo

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  3. E mesmo carne, é um termo técnico
    utilizado para um corpo sem vida, sem sangue,transformação ocorrida após a morte do corpo. Corpo é ainda algo vivo porque como diz, ainda sente. Texto interessante o seu, bem inducente à reflexão.

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  4. O primeiro comentário não é da minha autoria, mas de alguém que tem a obsessão de se fazer passar por mim. Um ordinário. O caso está sob a alçada da Pj para a competente inquirição. Tira a máscara... palhaço! JCN

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  5. Caro JCN: mate-se. Com os melhores cumprimentos, parasensorial. Um sorriso.

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