Fonte: Google search engine
Transpus
(Ai franqui)
Transpus o cume da minha vida
e desço pela outra encosta,
mas sou ainda um aprendiz,
e a alma às vezes ainda sonha.
As minhas mãos nunca estarão cheias;
só a verdade nos mente;
toda a agitação do mundo
não sacode as mãos engelhadas.
Talvez ao fundo daquele vale
aonde desço sempre com a tarde,
conheça melhor a minha solidão.
Sentar-me-ei ainda uma hora
para ver a comparação
do eterno e dos dias quebrados.
Suli-Andriéu Peyre (1890-1961)
in "Antologia da Poesia Provençal Moderna",
selecção e tradução de Louis Bayle e Manuel de Seabra,
Editorial Futura, Lisboa, 1972, pág. 44
a minha especialidade h-ortográfica aponta para que a linda foto seja de um primoroso campo de alfazema.
ResponderEliminarEncosta, cume -
pelo soneto também já não me vejo
porque desço o outro lado da encosta
transpor os cumes da vida significa ultrapassar a adversidade e se for acompanhada de contemplação da natureza, será mais pacificador...
ResponderEliminare essa paz encontra-se em trajectos de solidão, e quietude...
aromatizadas por alfazemas do jardineiro Platero e murmuradas pelo poeta Donis...
e cantam fragmentos de Pedro Abrunhosa: "não é a solidão que faz um homem sozinho, é a paz na dor que sei de cor"...
viva a poesia!
abraço
frag
só a verdade nos mente...pk tudo é ilusão...tudo?!...porquê? too much samsara em nossas vidas, é? mas tb temos relances de nirvana, ou não? (lembro-me do último post da luiza dunas)
ResponderEliminarfrag