O drama do ser é único em toda alma,
na beira-mar sinto o vento me levar
e esta substancia insubstancial é calma,
nesta vida estou morrendo de vagar.
E vago levo o corpo além de tudo
e quando ando, o universo fica mudo,
não somente as coisas também os seres,
amados, conhecidos e tudo que queres.
E todos, na verdade, esperam o declínio,
a minha morte medíocre e prematura
e eu ajudo bastante com o vinho,
que nasce da bondade na sagrada natura.
Ninguém beijo e ninguém pode me beijar,
sou o eterno estrangeiro na beira do mar.
Madragoa 26.05.09
Bonito.
ResponderEliminarBelíssimo, Dirk.
ResponderEliminarTambém me sinto "o eterno estrangeiro na beira do mar"...
Abraço
Um beijo, Dirk! E um brinde a todos os emplumados com "vinho, que nasce da bondade na sagrada natura." Sorriso ...
ResponderEliminarobrigado...
ResponderEliminarCaro Dirk,
ResponderEliminarMuito grato pelo soneto, ao tão esquecido modo de três quadras e um adágio final em dueto, como Shakespeare tão sublimemente o cultivou.
"Quando ando, o universo fica mudo"...
Há quem ande (andarei eu, quiçá também...) e nem dê conta de que há universo que emudece, tal e tanto é o tão pouco humano, desumano ruído em nós "estridindo" (essas, sim) inutilidades ...
todos morremos de vagar, seja nas vagas do mar, seja no maior de todos os lugares vagos, a nossa alma.
ResponderEliminarQue belo o seu "soneto" mesmo que seja, porventura "o eterno estrangeiro na beira do mar". Não o sompos todos?A
ResponderEliminarA bondade da "sagrada natura" é o vinho que a mim me ensandece e me leva no "drama de ser {que] é único em toda a alma."
Gostei, Dirk, um sorriso:)