Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Nacionalismo e Espelho de Narciso
"O nacionalismo é a arte de consolar a massa por não ser senão uma massa e de lhe apresentar o espelho de Narciso: o nosso futuro quebrará esse espelho"
- Albert Caraco, Bréviaire du Chaos, Lausanne, L'Âge d'Homme, 1999, p.88.
Viva o nacionalismo e o narcisismo e todos os ismos que excluem e os espelhos e a selva e a palavra EGO! E a demarcação de território e todas as tabuletas a dizer: DÁ DE FROSQUES!
a cultura europeia é uma cultura decadente e em decadência e desligada da terra e do primordial e das emoções mais simples e básicas, o amor pela terra.
uma cultura desligada do espírito, desligada do outro, virada para si mesma, virando-se para os outros pelo e só pelo interesse necessitário. É uma cultura fechada sobre si mesma e por isso condenada à implosão.
Era já essa a crítica de Cristo aos que estavam no templo, é já essa a renúncia de Buda, é já esse o fim último dos Hindus, é já esse o ajoelhar e o canto místico e profundo dos Islâmicos. A renúncia ao mundo material, económico, o grito pelo coqueiro de luz, a lágrima pelo coqueiro de luz, a afirmação de que há algo mais, de que somos algo mais, de que algo mais é possível.
Mas o quê, senão a união de todos os povos, a afirmação de uma única civilização, a humanidade, sob a égide do espanto e entusiasmo pela diversidade de culturas?
Agora, que cultura cada um tem e aceita, é consigo. Nao podes deixar de aprender o que aprendeste, tem-lo na memória, mas nada nem ninguém te pode obrigar a adorar o país em que nasceste, mais do que os outros adoras, ainda que imaginariamente. Essa é a natureza de tudo o que li de Pessoa: imaginariamente tudo.
Mas o monólogo não é sobre ele, mas apenas uma crítica à cultura de superfluidade, a cultura eléctrica, mas deselectrizante, em que me insiro. Uma cultura que assim é de todo em todo aqui e agora.
Por isso clamo o retorno ao primitivo, mas com internet lol.
Outros houveram e outrs ohaverão, depois de esta cultura fechada implodir.
Da minha parte, não quero mais desta cultura, desisto dela.
Sempre fui um desistente desta cultura e sempre serei um desistente desta cultura.
Vivendo nela, sou fora desta cultura, porque sou um místico, desde que me lembro de ser.
Por isso me emocionei com o texto do Sousa Tavares e com o texto dos índios.
Sim, também eu me imaginei pele vermelha, também eu, desconhecendo a cultura mexicana, me imaginei nas tribos mexicanas, também eu me imaginei nas Índias.
Abominável: bem podes crer, porque não papo mais desta cultura raivosa que me entristece todos mas todos os dias.
Já Russell dizia que um dos males do homem (terá dito branco?) é a competitividade.
É que sabes, não fui fadado para ela.
Música a ouvir neste momento solene: Kothbiro - que conheci no fantástico produto ocidental "O fiel jardineiro".
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é outros Houve, sendo "outros" o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de Haver é muito frequente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos. Com efeito, ninguém diria Hão dificuldades, mas dizem, equivocadamente, Haviam ou Haverão dificuldades.
Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afectado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve Haver mais candidatos, Poderá Haver outras exigências.
E desculpa-me dizer "merda" mas é o que mereces pela tua frieza... de resto tão característica do homem branco. A sua história poderia chamar-se "Uma ode ao meu umbigo", não existe sujeito só massa; devias ter lido o Singer com mais atenção. Desenraíza-te para te enraízares. Bjs, enraivecida.
Mas a tua frieza cura-se: basta que deixes de tratar todos por igual (discriminação positiva) e que tenhas em conta o contexto (pragmatismo). Uma equação simples. O passo 2 é deixares de ser sectária. O passo 3 - o mais difícil - é o vero respeito pelo princípio da igualdade. Tudo isto numa ontologia da vida e da morte. Naturalmente, tudo isto exige uma purga espiritual prévia e contínua, que se deverá manter actualizada pós PREC: um conselho: não te fies nos cristãos de hoje, porque não são veros cristãos - deixaram um amigo abandonado na rua numa cidade estranha.
Gostaste deste? olololololololololo eu gostei, falta-me só completar o processo de purga espiritual.
A purga, como dizia, é um processo de reflexão ética - a única verdadeira ética, somada à ética na acção.
Sabes como fazes? Usas a memória e analisas todos os comportamentos de que tenhas memória. No fundo, a tua relação com os outros, com todo e cada um.
A certa altura, sentirás culpa. Não te angusties com a lama; esta extinguir-se-á à medida que te fores pondo em prática os princípios inatos então já desocultos em ti.
Se não os conseguires racionalizar, não te apoquentes: sente-os, pois talvez pudesses saber que os sentimentos e as sensações são o fundamento de toda a ética, acrescentando-lhe o tempo a possibilidade de reflexão.
Talvez pudesses encarar o momento reflexivo como aquele em que vez tudo de ti em um, como que num pacote, como quando Krishna se desembrulha na miríade de seres que é; assim também tu descobrirás que és múltipla, embora encontres uma linha de comportamento, para lá dos humores, dos quais te deverás despejar (mas cuidado, não te constipes!).
Para que os despejes, terás de envolvê-los numa lágrima (não te preocupes porque pode ser mental) e chorá-la para sempre, transformando assim a tua vida num hino à alegria, tua através dos outros: repara que os outros não são os teus, pois agora os teus são o homem do café, a empregada de limpeza, um estranho qualquer num sítio qualquer. Serás, então, verdadeiramente, uma louca de amor e efectivamente feliz.
Repara que as linhas acima meramente descrevem a analítica do processo, embora este seja contínuo, automático e inato - de facto como uma lágrima e como a alegria de quem dela se liberta. Naturalmente, à medida que fores sendo mais sagaz, espontaneamente identificarás em que fase do processo te encontras.
Nunca te cansas gato maltez? De qualquer forma, agradeço todos os elogios. Se pudesse oferecer-te um presente, seria, com toda a certeza, uma esfregona!
E há ainda o regionalismo, que é um nacionalismo local, sob a mesma premissa: isto é nosso. Naturalmente, o que é estranho é selvaticamente excluído.
ResponderEliminarTodos os ismos excluem.
ResponderEliminarViva o nacionalismo e o narcisismo e todos os ismos que excluem e os espelhos e a selva e a palavra EGO!
ResponderEliminarE a demarcação de território e todas as tabuletas a dizer: DÁ DE FROSQUES!
Hoje acordei com os pés de fora!
parabéns lol
ResponderEliminarQuero deixar uma música de amor à Serpente:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=wy97lOwvECs
Louis Armstrong, All the time in the world.
a cultura europeia é uma cultura decadente e em decadência e desligada da terra e do primordial e das emoções mais simples e básicas, o amor pela terra.
ResponderEliminaré uma cultura artificial, dominada pela electricidade.
ResponderEliminaré uma cultura egoísta.
ResponderEliminaré nitidamente uma cultura nacionalista, a Europa como nação, imperialista, a Europa que se quer afirmar como império e tomar as rédeas do mundo.
ResponderEliminaré a cultura do trabalho sem sentido e da luta pelo dinheiro, em que impera a inimizade e a tramóia.
ResponderEliminaré a cultura da competitividade, da raiva e do uso dos nossos vizinhos e do usufruto dos seus bens e trabalho.
ResponderEliminaré uma cultura oportunista e de oportunistas e parasitária, como a cultura americana.
ResponderEliminaré essa a grande conquista do homem branco: não a ciência, não a filosofia, não as artes, mas o deboche, tal é a natureza do homem branco.
ResponderEliminaros poucos que escapam, escapam pela e só pela abertura às outras culturas.
ResponderEliminara cultura ocidental é a cultura do lento suicídio.
ResponderEliminaruma cultura desligada do espírito, desligada do outro, virada para si mesma, virando-se para os outros pelo e só pelo interesse necessitário. É uma cultura fechada sobre si mesma e por isso condenada à implosão.
ResponderEliminarVirar-nos-emos para as outras culturas apenas para salvar o nosso couro?, mais uma vez por interesse?
ResponderEliminarEra já essa a crítica de Cristo aos que estavam no templo, é já essa a renúncia de Buda, é já esse o fim último dos Hindus, é já esse o ajoelhar e o canto místico e profundo dos Islâmicos. A renúncia ao mundo material, económico, o grito pelo coqueiro de luz, a lágrima pelo coqueiro de luz, a afirmação de que há algo mais, de que somos algo mais, de que algo mais é possível.
ResponderEliminarMas o quê, senão a união de todos os povos, a afirmação de uma única civilização, a humanidade, sob a égide do espanto e entusiasmo pela diversidade de culturas?
ResponderEliminarAgora, que cultura cada um tem e aceita, é consigo. Nao podes deixar de aprender o que aprendeste, tem-lo na memória, mas nada nem ninguém te pode obrigar a adorar o país em que nasceste, mais do que os outros adoras, ainda que imaginariamente. Essa é a natureza de tudo o que li de Pessoa: imaginariamente tudo.
ResponderEliminarMas o monólogo não é sobre ele, mas apenas uma crítica à cultura de superfluidade, a cultura eléctrica, mas deselectrizante, em que me insiro. Uma cultura que assim é de todo em todo aqui e agora.
ResponderEliminarEm que consiste a sua grandiosidade, senão em ecos do passado ou em críticas recensionistas do presente?
ResponderEliminarPor isso clamo o retorno ao primitivo, mas com internet lol.
ResponderEliminarOutros houveram e outrs ohaverão, depois de esta cultura fechada implodir.
Da minha parte, não quero mais desta cultura, desisto dela.
Sempre fui um desistente desta cultura e sempre serei um desistente desta cultura.
Vivendo nela, sou fora desta cultura, porque sou um místico, desde que me lembro de ser.
Por isso me emocionei com o texto do Sousa Tavares e com o texto dos índios.
Sim, também eu me imaginei pele vermelha, também eu, desconhecendo a cultura mexicana, me imaginei nas tribos mexicanas, também eu me imaginei nas Índias.
Abominável: bem podes crer, porque não papo mais desta cultura raivosa que me entristece todos mas todos os dias.
Já Russell dizia que um dos males do homem (terá dito branco?) é a competitividade.
É que sabes, não fui fadado para ela.
Música a ouvir neste momento solene: Kothbiro - que conheci no fantástico produto ocidental "O fiel jardineiro".
Boa noite a todos.
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é outros Houve, sendo "outros" o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de Haver é muito frequente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos. Com efeito, ninguém diria Hão dificuldades, mas dizem, equivocadamente, Haviam ou Haverão dificuldades.
ResponderEliminarAtenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afectado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve Haver mais candidatos, Poderá Haver outras exigências.
Note-se que o haver desta merda não é um haver bonito mas, sim, com ideias. Há uma diferença subtil. Bjs linda.
ResponderEliminarE desculpa-me dizer "merda" mas é o que mereces pela tua frieza... de resto tão característica do homem branco. A sua história poderia chamar-se "Uma ode ao meu umbigo", não existe sujeito só massa; devias ter lido o Singer com mais atenção. Desenraíza-te para te enraízares. Bjs, enraivecida.
ResponderEliminarMas a tua frieza cura-se: basta que deixes de tratar todos por igual (discriminação positiva) e que tenhas em conta o contexto (pragmatismo). Uma equação simples. O passo 2 é deixares de ser sectária. O passo 3 - o mais difícil - é o vero respeito pelo princípio da igualdade. Tudo isto numa ontologia da vida e da morte. Naturalmente, tudo isto exige uma purga espiritual prévia e contínua, que se deverá manter actualizada pós PREC: um conselho: não te fies nos cristãos de hoje, porque não são veros cristãos - deixaram um amigo abandonado na rua numa cidade estranha.
ResponderEliminarGostaste deste? olololololololololo eu gostei, falta-me só completar o processo de purga espiritual.
Maltez, tu não dormes? Dormir também é uma característica da cultura ocidental que repudias?
ResponderEliminarA purga, como dizia, é um processo de reflexão ética - a única verdadeira ética, somada à ética na acção.
ResponderEliminarSabes como fazes? Usas a memória e analisas todos os comportamentos de que tenhas memória. No fundo, a tua relação com os outros, com todo e cada um.
A certa altura, sentirás culpa. Não te angusties com a lama; esta extinguir-se-á à medida que te fores pondo em prática os princípios inatos então já desocultos em ti.
Se não os conseguires racionalizar, não te apoquentes: sente-os, pois talvez pudesses saber que os sentimentos e as sensações são o fundamento de toda a ética, acrescentando-lhe o tempo a possibilidade de reflexão.
Talvez pudesses encarar o momento reflexivo como aquele em que vez tudo de ti em um, como que num pacote, como quando Krishna se desembrulha na miríade de seres que é; assim também tu descobrirás que és múltipla, embora encontres uma linha de comportamento, para lá dos humores, dos quais te deverás despejar (mas cuidado, não te constipes!).
O Paulo está a traduzir o «Bréviaire du Chaos» para português?
ResponderEliminarPara que os despejes, terás de envolvê-los numa lágrima (não te preocupes porque pode ser mental) e chorá-la para sempre, transformando assim a tua vida num hino à alegria, tua através dos outros: repara que os outros não são os teus, pois agora os teus são o homem do café, a empregada de limpeza, um estranho qualquer num sítio qualquer. Serás, então, verdadeiramente, uma louca de amor e efectivamente feliz.
ResponderEliminarGato: já dormi.
Repara que as linhas acima meramente descrevem a analítica do processo, embora este seja contínuo, automático e inato - de facto como uma lágrima e como a alegria de quem dela se liberta. Naturalmente, à medida que fores sendo mais sagaz, espontaneamente identificarás em que fase do processo te encontras.
ResponderEliminarSe isto te parecer muito complicado, não te preocupes: dança. Beijinhos.
ResponderEliminarNunca te cansas gato maltez?
ResponderEliminarDe qualquer forma, agradeço todos os elogios. Se pudesse oferecer-te um presente, seria, com toda a certeza, uma esfregona!
hehehehehe :)
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