domingo, 15 de março de 2009

factografias

mau tempo entortou
o poste telefónico
mau tempo só não entorta
vontade da cegonha

assim devêramos nós ser

5 comentários:

  1. Platerito,

    Pois é, Platero, tenho para a troca um exemplo da diferença de classes entre “cegonhitas”. Terá tido a “minha” cegonha mais sorte do que a tua, lá porque é “urbana” e escolheu o símbolo da igreja como bandeira do seu ninho “sagrado”... Terá?

    O que sabemos nós do que não podemos saber?
    A vontade da cegonha é cumprir-se o melhor possível: construir o lar, multiplicar-se, resistir... sobreviver (para não morrer; para morrer o mais tarde possível), seja no poste telefónico torto, seja na cúpula da igreja direita (sempre será preferível um ninho mais resistente e abrigado, não?)

    Mas e nós? Qual será o limite que não há do nosso “cumprir-se” que não sabemos o que seja?

    O que queremos nós que não nos “entorte” a vontade? Pobres de nós, que nem sabemos qual a nossa vera vontade!
    Dá que pensar a tua imagem! A vera vontade!... o que nos faz correr e buscar e errar e não desistir para que não se entorte outra vez... e se revele a nossa vera vontade. Será porventura a que ultrapassa o sobreviver, começa sempre por uma interrogação. Essa primeira é que seria de evitar (sorriso), mas como?

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  2. Estou como a cegonha: num poste torto e pelos vistos hei-de sobreviver. Ainda bem que tenho uma cegonha nos espaços declinados da vida para me acompanhar.

    Esta mensagem é um grande consolo!

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  3. ISABEL

    cegonha não vai mais abandonar sua excêntrica moradia. O cabo que segura o poste não vai permitir que o vento e a chuva o abatam por completo.

    o cabo (e agora já falo com Saudades) é resistente como tudo que transporta sons que são palavras

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  4. Gostei muito desta cegonha obstinada.

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