Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
domingo, 15 de março de 2009
factografias
mau tempo entortou o poste telefónico mau tempo só não entorta vontade da cegonha
Pois é, Platero, tenho para a troca um exemplo da diferença de classes entre “cegonhitas”. Terá tido a “minha” cegonha mais sorte do que a tua, lá porque é “urbana” e escolheu o símbolo da igreja como bandeira do seu ninho “sagrado”... Terá?
O que sabemos nós do que não podemos saber? A vontade da cegonha é cumprir-se o melhor possível: construir o lar, multiplicar-se, resistir... sobreviver (para não morrer; para morrer o mais tarde possível), seja no poste telefónico torto, seja na cúpula da igreja direita (sempre será preferível um ninho mais resistente e abrigado, não?)
Mas e nós? Qual será o limite que não há do nosso “cumprir-se” que não sabemos o que seja?
O que queremos nós que não nos “entorte” a vontade? Pobres de nós, que nem sabemos qual a nossa vera vontade! Dá que pensar a tua imagem! A vera vontade!... o que nos faz correr e buscar e errar e não desistir para que não se entorte outra vez... e se revele a nossa vera vontade. Será porventura a que ultrapassa o sobreviver, começa sempre por uma interrogação. Essa primeira é que seria de evitar (sorriso), mas como?
Estou como a cegonha: num poste torto e pelos vistos hei-de sobreviver. Ainda bem que tenho uma cegonha nos espaços declinados da vida para me acompanhar.
Platerito,
ResponderEliminarPois é, Platero, tenho para a troca um exemplo da diferença de classes entre “cegonhitas”. Terá tido a “minha” cegonha mais sorte do que a tua, lá porque é “urbana” e escolheu o símbolo da igreja como bandeira do seu ninho “sagrado”... Terá?
O que sabemos nós do que não podemos saber?
A vontade da cegonha é cumprir-se o melhor possível: construir o lar, multiplicar-se, resistir... sobreviver (para não morrer; para morrer o mais tarde possível), seja no poste telefónico torto, seja na cúpula da igreja direita (sempre será preferível um ninho mais resistente e abrigado, não?)
Mas e nós? Qual será o limite que não há do nosso “cumprir-se” que não sabemos o que seja?
O que queremos nós que não nos “entorte” a vontade? Pobres de nós, que nem sabemos qual a nossa vera vontade!
Dá que pensar a tua imagem! A vera vontade!... o que nos faz correr e buscar e errar e não desistir para que não se entorte outra vez... e se revele a nossa vera vontade. Será porventura a que ultrapassa o sobreviver, começa sempre por uma interrogação. Essa primeira é que seria de evitar (sorriso), mas como?
Estou como a cegonha: num poste torto e pelos vistos hei-de sobreviver. Ainda bem que tenho uma cegonha nos espaços declinados da vida para me acompanhar.
ResponderEliminarEsta mensagem é um grande consolo!
ISABEL
ResponderEliminarcegonha não vai mais abandonar sua excêntrica moradia. O cabo que segura o poste não vai permitir que o vento e a chuva o abatam por completo.
o cabo (e agora já falo com Saudades) é resistente como tudo que transporta sons que são palavras
Bem haja Platero!
ResponderEliminarGostei muito desta cegonha obstinada.
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