Este poema exigiu 7 folhas de papel.Para escrevê-lo já fumei raivosamente 7 cigarros
e rasguei-o 7 vezes.
7 é um mau número: é o número 13 da minha vida.
Segundo várias aritméticas, não é divisível por 2,
e eu tenho horror a todos os números (e a todas as coisas)
não divisíveis por 2.
Sexta-feira, 7...
Isto hoje não acaba bem...
Vai a chuva ficar chovendo para sempre.
O meu relógio vai continuar disparado,
marcando horas inexistentes.
Ah se os ponteiros andassem para trás!
Ah se ao menos a chuva chovesse para cima
e eu fizesse destes nulos versos
uma folha nocturna e molhada!
Abgar Renault
A outra face da lua (1983)
Obra poética
Record, 1990
muito bonito!
ResponderEliminarhá uma loja com esse nome, também ela muito bonito, estilo vintage :)
Pode tudo ser outro?
ResponderEliminarE eu que gosto tanto de de números primos... mas compreendo a raiva do poeta contra a base multiplicadora da sua angústia.
ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarpara a rapariga que roubava os livros
7 é um número que sonoramente me arrepia mais do que o 13, por isso quando os meus olhos encontraram este poema, fiquei absorta a absorver a coincidência.
(não conheço a loja:(
interrogativo com esta questão, é para ficar com ? filosófico.
ResponderEliminarMadalena
ResponderEliminarconfesso a minha relação com os números é bem difícil:(
só me dou com palavras ehehehe
mas o mundo é feito de números e palavras, tal como é feito de homens e mulheres, terra e água, razão e emoção, sol e chuva, dia e noite...
:)
bjs