"Terrível Bebé:gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo e o Bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco..."
F. Pessoa
"Minha Querida Kitty: e cheguei são e salvo, excepto pelo vazio do meu coração, que tu provocaste, como uma querida e encantadora desmazelada que és. E agora minha querida, querida rapariga! Deixa-me assegurar-te da mais verdadeira amizade por ti..."
Laurence Sterne
"Minha gentil: quem me dera ser uma ave: "arrancaria uma pena às minhas asas e, voando do céu, embebê-la-ia na tinta da aurora, naquela tinta vermelha com que os anjos escrevem cartinhas de namoro às estrelas...Quem me dera escrever-te com uma pena assim, e com uma tinta igual..."
António Nobre
Se não fossem... não seriam... de amor.... ridículas...
Quem sabe se ficariam menos "ridículas" as cartas de amor (ou de namoro?), inclusive (e quiçá sobretudo) as de grandes poetas, se elas fossem menos em modelo de "bilhetinho" que lauda a namorada em coisas que ela não é nem será jamais, e mais em tom de quem canta o Amor e menos a (in)feliz contemplada...
ResponderEliminarTemos sonetos de Camões e de Shakespeare que são verdadeiras cartas de amor, e temos "Cartas de amor" de Khalil Gibran ou "Cânticos de amor" de Leonardo Coimbra, ambos em prosa, que são autênticos poemas.
Eu tenho idade para já ter tido ocasião de (se fosse o caso) ter já escrito ("ridiculamente") como estes grandes poetas que aqui trouxe, Saudades.
Mas eu sou (apenas) eu. Lacuna apenas minha...
Mas, quem sabe, se não é preciso verificarem-se duas coisas em simultâneo: ser-se um grande poeta e falar como falaria alguém que o não seja, para que um tal resultado ("ridículo") se verifique...
P.S. Ontem esteve difícil, aliás impossível, de entrar aqui na área de comentários ao seu post.
Coisas da internet, bocejantemente impacientadora: arrelias "todas ridículas", também elas ...
Saudades
ResponderEliminarSaudades e cartas de amor são uma combinatória mais que perfeita. Saudades e palavras pulsando emoções, vibrações intensas, ainda são outra combinatória perfeitíssima.
Lapdrey
Mas parece-me essa ser a condição, Lapdrey, para estas cartas que parecem ridículas: ser-se um grande poeta e escrever-se às vezes como se o não fosse...que presença habita certa escrita, que presença se ausenta em outra escrita? Tantas e tantas vezes discuti este tema, andei pensando em torno desta questão...e não sei responder-lhe. Mas também gosto de andar com a pergunta a dançar em torno de mim enquanto danço com ela.
Saudações muito amigas aos dois
Lapdrey,
ResponderEliminarNão creio que lhe possa dar razão, meu caro. Quem as quereria menos ridículas, se assim pudessem ser? O "bilhetinho" (que por ser diminutivo não deve ser considerado depreciativo) e as laudes que louvam virtudes ou apontam pequenas imperfeições são a razão mesma da sem razão de serem de amor, ou como diz de "namoro". Sem esse ridículo não haveria a entrega do "eu" e o esquecimento de si libertador... e transmudante... o estado alterado que liberta do apego ao "eu", que deixa de se ter em boa conta... e disso não se importa, pois no outro está o que anseia...
Cantar o Amor, como Camões o faz em arte, não é o mesmo que escrever cartas de amor, dessas que todos escrevemos e são ridículas só para os outros,e não para quem as escreve ou em que se revê quem as recebe. Mesmo que disso ambos tomem consciência. Essa é a desrazão do mesmo amor, o estado alterado da consciência que, como "doença" - diz Caeiro- modifica a percepção do mundo. Também disto os poetas falaram.
A arte, os sonetos camonianos de Amor, sejam epistolares ou não; as distinções entre a prosa e a poesia pertencem a diferentes domínios da experiência humana e das suas manifestações.
A arte e a vida não são a mesma coisa,em certo sentido opõem-se, como se sabe, embora a vida invada a arte e o contrário também aconteça, e todas as nuances que quisermos que existam...
Aquilo de que fala, meu amigo, são duas dimensões diferentes: uma da experiência mundana e relacional, e a segunda da divina e saudosa disso...
A primeira é da esfera do amor que se move no domínio do sentimento pessoal,(acreditando haver um eu sujeito separado de um eu objecto, ou a ilusão dele. A outra dá-se na esfera da experiência primordial do divino ou na Saudade e dissolução
no todo e no fundo sem fundo de tudo...
Aí nessa cisão ou ilusão de cisão, ou união simultaneamente divina e humana se dá a libertação do "eu" ou a sua projecção no objecto do amor... ou outro...
Talvez lhe dê razão, quanto à sua pergunta final... É bem provável, quem sabe?
PS. É preciso não nos deixarmos irritar por ridicularias. Por mim, gosto do ridículo das cartas de amor. Diria até que só para os outros há ridículo... nas cartas de amor. Tanto maior é quanto mais o receiam...
Um abraço.
Isabel,
É verdade. São uma boa combinação. Estas que aqui trago não são minhas, mas podiam bem ser... Não que eu escreva como os poetas que aqui trago, porque se escrevesse, como diz Lapdrey, o ridículo seria directamente proporcional ao talento do poeta... Mas sei ser suficientemente ridícula sem me importar com isso.
Um abraço de Saudades de uma outra escrita...
É por esses mesmo argumentos que aqui aduz, cara Saudades, que creio que os poetas realmente grandes - que não seja pela pura ficção ou jogo de ser e fingir ser, como porventura haja ocorrido com Pessoa - jamais terão escrito cartas de amor (fatalmente ridículas) mas sim, por certo, apenas cartas de O / a O Amor.
ResponderEliminarÉ precisamente, essa "não-auto-vigilância" e precisamente o aceitar-se o "abandono-ao-enleio-no- trivial" elevado à qualidade de "pequena perfeição" (realmente "disparatada" para todos os efeitos, e para todos menos para o próprio) no "deleite-do-estar-feliz-por-estar-enamorado-e-por-ter-alguém-a-quem-dizer-coisas-sem-outro-nexo-que-não-o-de-não-terem-sentido-algum-serem-afinal-inexactas-e-realmente-exorbitantes" que eu verifico, lamento (?), não ter tido jamais espaço em mim.
Se bem que, se levado ao crivo do que mais "naturalmente" ocorra, nisso eu possa ser considerado uma "ave-rara", assim terei sido sempre mais "sincero" (o que quer que isso seja realmente)do que se houvesse procurado adaptar o que sou e como sou à expectativa de a quem haja eu dirigido tais expressões de enamoramento ou de "amoramento".
Que isso possa não corresponder à "imagem" que de mim se possa ter ou ter formado, isso é simplesmente "eco" da imagem da imagem, tal como a imagem que de mim tenho nisso e no não-isso seja sempre imagem de imagem também.
Creio que a Isabel tocou o ponto que eu tenho precisamente por nodal nisto: "que presença habita certa escrita, que presença se ausenta em outra escrita?"
Não consigo vislumbrar, cara Saudades, como "a entrega do 'eu' e o esquecimento de si" possa ser "libertador... e transmudante... o estado alterado que liberta do apego ao 'eu'", sobretudo se isso se colocar num plano de coisas antecipadamente "ridículas-de-o-virem-a-ser-no-futuro-quando-se-revisitar-tais-coisas".
É precisamente esse antecipadamente ver do sentido de "ridículo" que me não deixa fazer tal "entrega do eu" e o "esquecimento de mim"...
Eu vejo os "estados alterados" como dimensões de maior lucidez, e não de menor, e muito menos os vejo como algo de que nos possamos arrepender pelo lado do ridículo: nisso vejo então mais "estado-de-cair-de-si-no-outro".
Talvez o "problema" comigo é que eu não aceito (ou, se o aceito, faço ficção ou finjo aceitá-lo em mim)que "a arte e a vida não são a mesma coisa" e menos ainda aceito que em certo sentido elas se opõem.
Quanto à "esfera do amor que se move no domínio do sentimento pessoal", isto parece-me (perdoar-me-á) coisa de "psicologia do amor" e não de Amor.
O Amor não é, quanto a mim, um "sentimento pessoal": é, porventura, o principio cósmico que dá eclosão unitiva de ser a tudo quanto existe - é o que faz unir na morte ou morrer na união quem ama. Talvez haja aqui uma pitada de Empédocles.
Quanto à "esfera da experiência primordial do divino" ou da "Saudade e dissolução no todo e no fundo sem fundo de tudo", isso me parece que é mais cúspide gnósica de "jnana" em modo de "advaita", do que Amor (trans)unitivo.
Eu não "diria (...) que só para os outros há ridículo"... "nas cartas de amor", precisamente porque a maioria das pessoas acaba por (mais tarde) achar "ridículo" aquilo que quando foi feito, dito ou escrito, era tido como tudo menos por tal.
Finalmente, cara Saudades, eu não digo que "o ridículo" seja "directamente proporcional ao talento do poeta"; digo, sim, que o "ridículo" é inversamente proporcional à grandeza do poeta - o que é, creio, bem diferente...
Quanto ao "irritar" ou não "com ridicularias" (risos): eu apenas me irrito com as minhas; com as dos outros "enfureço-me". (risos!)
Finalissimamente(tinha que me sair com um advérbio abstruso!): eu creio que isto de "cartas de amor" não deveria ser tida em outra linha de conta que não seja a de expressão meramente privada da vida dum ser humano, criador ou outro, que se haja de algum modo porventura notabilizado em tudo , menos nisso.
Mas ver isso como plural expressão de "literatura" ou "matéria" que sirva para mais do que para propósitos estritamente biográficos, parece-me de todo extrapolante e despropositado.
Isso nada adianta ou atrasa ao criador ou ao grande homem: apenas o "humaniza", quando precisamente ele, no que o haja notabilizado, mais se distanciou do mera e medianamente humano.
Abraço a ambas!
P.S. Não revi esta "coisa" que aqui deixo: espero que não haja por aqui nem barbaridade no erro nem multidão de erros.
Isabel,
Adorei a nuance, subtilíssima, entre "combinatória mais que perfeita" e "combinatória perfeitíssima": minúcia de leitura realmente diga de si!
Saudades,
Estou duplamente inteiro consigo: Que "saudades de uma outra escrita"!
Acabo de escrever isto a horas relativamente "impossíveis", mas foi quando o "desassossego" do ridículo me tomou em pleno "sossego" em outras "ridicularias" (risos!)...
Amigo Lapdrey,
ResponderEliminarPouco haverá de mais ridículo, talvez, do que discutir ou discorrer sobre se as cartas de amor são ou não ridículas; e se os grandes poetas ou os pequenos as escreveram ou se nós mesmos as escrevemos ou tenhamos escrito. Isso é que provavelmente entra no domínio menos interessante, ou não?
Só se “auto-vigia” em excesso quem, de facto, receia o ridículo que não pode existir, se entedermos que nós mesmos não existimos, e se não nos apegarmos demasiado a essa ideia que nos trará, por certo, dissabores e nos prenderá a ilusões ainda maiores...
A ficção é inerente à arte, o “jogo” de Pessoa, que foi (lamentavelmente para alguns(?), um grande poeta, como outros grandes, e foi-o nisso que criou em “fingimento artístico”, foi o caminho que encontrou para a angústia de haver Mistério que não se desvenda, Verdade que não seja Oculta, mentira que não seja ela mesma Verdade da mentira. A Verdade e a poesia não combinam.
Não há sinceridade se a arte não for desligada do "sujeito" que cria a ficção que é, afinal, também, a sua verdade.
Não há “Isso” em arte, lamento, mas haverá sempre quem, por esse processo, procure criar essa Verdade. Foi isso que Pessoa fez, magistralmente, na minha opinião.
Isso que é a “Verdade”, a “Luz” a “Saudade”, não está nem não está, pois que a Sua Presença se revela como Ausência e é a Sua ausência que nos é Presença.
Os poetas “mais grandes” (ridículo?), maiores que queira dar como exemplos de quem não escreveu(?) cartas de amor, só podem ser tão grandes como ele. Não maiores...
Quanto à sua experiência pessoal, creio, pouco ou nada nos interessará. Apenas como exemplo se o tivesse de cartas de amor de “abandono-ao-enleio-no-trivial....” que não é nada disso...
“O Amor não é, quanto a mim, um "sentimento pessoal": é, porventura, o principio cósmico que dá eclosão unitiva de ser a tudo quanto existe - é o que faz unir na morte ou morrer na união quem ama.” Diria que também é isso e mais o que não é isso...
Se os amantes, poetas ou não, temessem o ridículo presente e o ridículo futuro dos seus sentimentos e emoções, já há muito que não haveria vida para a podermos comparar com a ficção da arte, meu querido amigo!
Esses sentimentos são da dimensão humana, coisa que não pode ser renegada, por muito que queiramos e possamos transcendê-la pelos processos que estiverem ao nosso alcance e com Amor e em Amor nos sejam transmitidos ou encontrados.
“Finalmente, cara Saudades, eu não digo que "o ridículo" seja "directamente proporcional ao talento do poeta". Obviamente que o que eu quis dizer é o que aqui agora o Lapdrey diz. Nisso estamos de acordo.Fui eu, Saudades, disse exactamente o oposto do que queria dizer.
Quanto ao “irritar” ou não, nunca há necessidade ou verdadeira razão para isso acontecer... Mas se acontecer, nada que uma boa “meditação” não resolva!
Por vezes, chega uma respiração mais pausada, afinal o ar existe para os que amam e para os que não amam; para os ridículos e para os menos ridículos; para os poetas e para os aprendizes; para os mestres e para os discípulos...
De todos os modos e em todos os níveis (lá estamos nós a classificar e a hierarquizar...) O Amor é um óptimo método de fazer diminuar as tensões e relaxar a mente, mesmo que venha a ser considerado mais tarde“ridículo”. Não saímos do círculo, discutindo o Amor ou as Cartas de Amor...
Teria sido também interessante termos juntado às dos poetas do post, outras igualmente ridículas...
Como o Lapdrey é inocente nesta matéria, não contaríamos com as suas...
Enfim, que tenha um bom Sábado.
PS. Os passarinhos cantam, o céu está azulinho, pensamos que existimos... isto sim, é ridículo! Masnão menos verdadeiro...
Um abraço de Saudades.
Isabel,
Para si, um "ridículo" salto que não toca as nuvens, mas cria a ilusão de as tocar.
Beijo
PS. Ver-nos-emos...depois... Tive um sonho estranho...
(Perdoem a insistência e o erro no expressar, que não no pensar, embora este possa ser provisório...)
ResponderEliminar“Finalmente, cara Saudades, eu não digo que "o ridículo" seja "directamente proporcional ao talento do poeta". Obviamente que o que eu quis dizer é o que aqui agora o Lapdrey diz. Nisso estamos de acordo.Fui eu, Saudades, disse exactamente o oposto do que queria dizer."
O que disse inicialmente é o que verdadeiramente penso que corresponde à observação dos factos; digo-o de outro modo para que fique claro (Ai, Lapdrey, que pensamento arrevesado, o meu!...): Quanto maiores os poetas, mais ridículas as cartas de Amor. A proporção é directa e não inversa. Uf!!
Mas, insisto, porquê separar,mais e menos? Distinções do nível do relativo...
O ridículo resulta, em parte,da expectativa criada relativamente a determinada acção, que seja coerente ou não com a imagem que fazemos de tal ou tal ser. No caso, imaginar Pessoa a escrever tais "ridículos sentimentalismos" é o que nos surpreende, como aliás terá surpreendido a ele mesmo.
O Amor não é literatura. Não concorda, meu bom amigo?
mesmo que F.P. tenha dito querer fazer da sua vida um "romance" e uma obra de arte, e tenha querido aproximar da arte,a vida, vivendo-as como se fossem a Verdade... (também sabemos que existem muitos véus para velar e desvelar a realidade...)eles mesmos ilusórios...
Concordo que o estudo e a publicação das pessoanas e "ridículas" cartas seja importante para a biografia do autor e suas motivações e pessoalíssimos desejos.
A avidez desses materiais íntimos e pessoais e o considerá-los arte é que é, do meu ponto de vista, errado.
Mas não foi essa a motivação ou intenção primeira do post. Foi algo ainda mais ridículo que me dispenso de revelar...
O AMOR É LINDO!
Costumo dizer a brincar!...(?)
PS. Quanto à "esfera da experiência primordial do divino" ou da "Saudade e dissolução no todo e no fundo sem fundo de tudo", isso me parece que é mais cúspide gnósica de "jnana" em modo de "advaita", do que Amor (trans)unitivo" Disso falaremos em outra ocasião.
Um abraço, Lapdrey
Cara Saudades, Amiga Saudades,
ResponderEliminarQuanto à pergunta (que apenas o é na forma), respondo: Não sei! Mas pergunto: O que será para si, então, propriamente “não-ridículo”? Não tenho, desde já , a completa certeza de que seja apenas o contrário de “não-ridículo”. Creio talvez que seja mais o contrário de não “pespineta” e “picadiço” como contapolar de um modus que (apenas?) aparenta alguma ficção poética contrária disso… Será?
“Só se “auto-vigia” em excesso quem, de facto, receia o ridículo que não pode existir, se entedermos que nós mesmos não existimos”.
Já cansa um pouco (problema evidentemente apenas meu, como é óbvio!) esta paradoxia de linguagem que apenas é jogo de existir, de facto, dizendo que se não existe.
Não teria sido necessário ser Pessoa para se descobrir a pulsão dialéctica da realidade, mas teria que haver um Pessoa que o vivesse “em gente”, visto que os que o pensaram antes dele talvez o tenham apenas “pensado” ou “pesado”. O peso e o pensar que brota do tal viver em carne e osso é coisa diversa: isto, é claro, se não “entendermos que nós mesmos não existimos”
Eu não alinho nessa de “a ficção é inerente à arte”, ou apenas alinho se por “ficção” se entender o que a palavra de si mesma em étimo e não em “fictício” diz.
O “jogo” de Pessoa já “tresanda”, cara Saudades, e essa é porventura a melhor maneira de o admirarmos: a de conseguirmos estar, permanente e simultaneamente, fora e dentro do nauseante e nauseabundo labirinto dele (naúsea da viagem estática e cheiro a podridão de (apenas) gente – entendendo, claro, “gente” como coisa diversa de “pessoa” ou de “ex-istência” ou “ente”; não poderia, por isso mesmo, haver “drama em ente”, precisamente porque o ente não tem a indistinção “anónima” do “gente”).
Caso contrário, apenas veremos os/as “pessoínhas” e não o tal “drama em gente”. É o que raramente se vê fazer-se. Por isso mesmo, e apenas por isso, temos pessoanos e anti-pessoanos, e etc e não-etc.
“A Verdade e a poesia não combinam.” Ora essa! Como não combinam? Do seu ponto de vista, ao menos a verdade da ficção combina com a verdade. Certo?
“Não há sinceridade se a arte não for desligada do ‘sujeito’ que cria a ficção que é, afinal, também, a sua verdade.”
Para mim, parece-me perfeitamente indiferente estar a arte ligada ou desligada do “sujeito”. Quem é este “gajo”, este tal “sujeito? – perguntará um artista nihilista ou até um mero surrealista? E quem será mais “autêntico” que um surrealista, que precisamente estilhaça com essa coisinha do “pessoínha”?
“Não há ‘Isso’ em arte”
Do meu ponto de vista, o “isso” é apenas o indistinto do ser “gente” e a chapada evidência de não conseguir ser alguém, ou ninguém. Este foi o Pessoa: um falhado de tudo – por isso nos é grande, porque o viveu como se o não fosse, em ficção de fingir e em fingimento fictício.
“Se os amantes, poetas ou não, temessem o ridículo presente e o ridículo futuro dos seus sentimentos e emoções, já há muito que não haveria vida para a podermos comparar com a ficção da arte”.
É precisamente esse o ponto, Saudades!
Para mim, a arte (como a vivo, se porventura é arte o que vivo, ou lá o que isso seja) tem precisamente a ver com a arte de viver; logo, daí a tal “auto-vigia”, que não é uma “limitação”, mas a apenas uma “disciplinação” dos cursos, percursos e recursos que se escolhe. Obviamente que até nisso pode haver ridículo, mas por isso eu perguntei acima, onde está circunscrito o “não-ridículo”, visto que ele não é claramente o simples contrário de “não-ridículo”.
Quanto aos amantes: sentimentos, não; emoções, assim-assim. O amor e o Amor, como eu o vivo, e vejo, está a anos-luz disso. Onde está isso de sentimentos e emoções, por exemplo, no amor de Deus? Hum? Pois…
Quanto aos amantes ainda: é precisamente nessa “auto-vigilância”, a dois, que o amor se pode alcandorar a Amor, e não ficar namoro ou namorisco, ou o que seja. E isso, Saudades, não tenho a completa certeza de que tenha apenas que ver com vida, e não tenha também muito que ver com morte, na mesma vida, e esta naquela.
“Esses sentimentos são da dimensão humana, coisa que não pode ser renegada, por muito que queiramos e possamos transcendê-la pelos processos que estiverem ao nosso alcance e com Amor e em Amor nos sejam transmitidos ou encontrados.”
Pois, precisamente isso de “dimensão humana”, Saudades, me parece ser o que aprisiona o Amor no amor, e o não eterniza.
Não se trata de renegar os sentimentos, mas de vivê-los na raiz e não na rama, ali onde estão carregados dos “sentimentinho” e emoção que agora é assim e daqui a pouco é assado.
A raiz, Saudades! Não, as folhas, que apenas fazem sombra.
E os frutos, Saudades! Os frutos, que estão já na semente.
Isso me importa: nos gestos, nos sentidos, e não nos “sentimentos”, pois aqueles são ambos raiz e “consumação” destes, a sua mesma morte e, por isso, a vida de eles serem.
“O Amor é um óptimo método de fazer diminuar (sic) as tensões e relaxar a mente.”
O Amor, sim; o amor, não. Aquele liberta, este aprisiona.
“Teria sido também interessante termos juntado às dos poetas do post, outras igualmente ridículas...”
Pois… lamento, cara amiga, mas nisso (como em tanto mais do isso) sou uma “nódoa”. Por
isso, tenho tentado “auto-vigiar-me” para não cair em algum melhor pano.
“Os passarinhos cantam, o céu está azulinho, pensamos que existimos... isto sim, é ridículo! Mas não menos verdadeiro...”
Pois… mas se não “existimos”, como escutamos os passarinhos, e vemos o céu azulinho? Se pensamos que existimos, já existimos, porque pensamos: ao menos enquanto pensamento disso existimos. Pois…
Aceite um abraço não ridículo e outro perfeita e chapadamente ridículo.
P.S. 1
Hum…? A mim parecem-me iguais, estes abraços! E a si?...
By the way! Um “sonho estranho”? Que tal ir ao analista, loga na segunda. Por outro lado, “bem” vista a coisa, pode ser até efeito disso mesmo quanto ao que os pessoínhas New Age não se têm calado nos últimos tempos: a tal conjugação, ou alinhamento, bla bla bla, de hoje de manhã, que nos faz estar a entrar em Aquário.
Ohhh Aquarius! Hippies, agora sem guedelhas! Bons tempos, ou não, Saudades?
Que diria o pobre do Pessoa, astrologicamente, de tudo isto?
P.S. 2
Lamento, Saudades, mais creio ainda o questionamento da Isabel mais radical e abísmico.
Com o que nele se interroga: nisso me abismo e espanto … “ali” onde o Amor nasce e, aí, logo morre… Essa, a sua “divina” e “demoníaca” belezas!...
Aqui aceno a Isabel, pelo “nenhures” onde sempre se interroga, vive, sente e lê: que é o vórtice onde …
…Isso mesmo…! (não cabe dito ou ser dito!)
P.S 3
Verifiquei agora mesmo que "coloqou" (ridículo?) outro comentário, subsequente àquele a que este "responde".
Se eu achar ridículo, respondo; se não achar, responde na mesma!
(ISTO COMEÇA A SER RIDÍCULO!!! HI HI!)
Claro que é ricículo, Lapdrey.
ResponderEliminarAgora, não brinco mais!(imaginemos que amuo) ou tenho que ir a correr ao analista (por causa do sonho e por causa dos aquários... e dos pessoínhas... e dos ridículos que o não são e são, o que vem a dar no mesmo...)
Ah! e os "guedelhas" e abísmicos... também abraços surreais...
Está bem, amigo, está bem...tenho que ir...
PS1. E eu gosto mais de gostar do que de não gostar... os abraços ridículos e os outros, também não os distingo...
E digo isto, para concordar em alguma coisa consigo, já que comigo...parece não ser o caso.
E é mais abísmico do que não... e veja se "coloqa" o ridículo fora do erro e a "infantilidade" na infância... e "prontus". O que foi? Os hippies... aquarianos? Mais, não!(risos, muitos)
Beijinho
Gostei, Saudades, principalmente do notado sentido do seu "Está bem, amigo, está bem...tenho que ir..."
ResponderEliminarRefrão: (risos!)
Foi deveras conclusivo e... concludente...
Refrão: (risos!)
Precisamente no sentido em que gostaria que não tivesse sido:
Refrão: (risos!)
Pelo lado da brincadeira... que é coisa que não faz mal a ninguém, mas que não adianta um nanomícron ao que mais importa. Mas, pronto...!
Refrão: (risos!)
E pelo lado, também,do "tenho que ir..." Mas, pronto, também...!
Refrão: (risos!)
N.B.
Hum...!?
"Isto" - porque, quanto a "Isso", vimos que é outra coisa - deve ser da "risoterapia" que ando a fazer...
Errata:
ResponderEliminarOnde se escreveu "pronto" deve "evidentemente" ler-se "prontus".
(Perdão aos puristas, aos outros e... a mim também!)
"O Amor não é literatura.", disse a saudadesdofuturo. E disse tudo. Medo do ridículo? Quem não terá? E no entanto, quando algo assim tão forte como o amor nos agarra os calcanhares e nos lança pelo ar, quem somos nós para protestar? E quem quer passar pela vida sem sentir isso? Não eu... por mais que por vezes doa, quando regressamos ao chão... :) Amor não é literatura, homem não é apenas poeta e se fica tonto quando ama, só é mais humano que o poeta... e ainda bem que assim é.
ResponderEliminarMadalena,
ResponderEliminarNem sempre tenho concordado consigo, mas o seu comentário teve mais lucidez do que os meus, de certeza, mais do que os de Lapdrey é que duvido...
Mas rir é bom, "risota" é melhor e "risoterapia" devia ser obrigatória em todos os currícula. Eu trato de fazer a minha terapia...
Mas, minha boa amiga, tem muitíssima razão no que diz. Eu mesma, que tenho a mania que até gostava de ser poeta, quando sinto que me levantam no ar, nem chego a perguntar se o sujeito é poeta ou não. O amor é absolutamente irracional e ridículo, minha amiga. Santa loucura! que nos arrebata e faz parecerem simples arbustos os plátanos do jardim... É também ele que "move céu e terra"...? Esse que nos arrebata e nos "diminui" devorando-nos...
Quem pode matar o que nos mata?
Pobres poetas!...
Um beijo
Lapdrey, amigo,
ResponderEliminarVolto um pouco atrás, desculpe-me...
Tive mesmo que sair... (sem risos). Antes de pedir a Pessoa que fizesse o mapa astrológico aqui do blog, por exemplo (se o Paulo não se importasse, claro(lá onde ele está em pessoanas meditações em países baixos,será?...) seria interessante ter a visão do Amor de Donis de Frol Guilhade,uma vez que poderia ser exemplar da visão medieva do Amor e da sua coita... Os cátaros, por exemplo, seria interessante ouvi-los... O que me diz, Lapdrey? Seria tema interessante?
Um abraço muito amigo, Lapdrey
Sim, Saudades, a Madalena é que disse "tudo": tudo o que a Madalena disse.
ResponderEliminarMas, imaginei que não estávamos a falar de literatura, ou estávamos?
Pensei que falávamos de coisa tão pouco "literária" como uma "carta de amor" - que, enquanto tipo, é atípico.
Se tem de se ser ridículo para amar, vou "ali" e ... não volto.
Isso que, a certas pessoas, pelos vistos, "agarra os calcanhares e (...) lança pelo ar" é obviamente um modo, e um modo apenas, de sentir isso a que porventura todos chamemos amor: o ponto é que eu não tenho completa certeza de que "isso" que chamamos amor seja algo de tão universalmente ou uni-versalmente o mesmo. Não me parece nada que o seja.
Portanto, pulinhos, saltinhos, tremuras, nervosinho, gritinhos, ais e uis, calcanhares a falharem, artelhos a tremularem ou coxas a mancarem - tudo isso são modos e modinhas de reagir a algo que é mais subterrâneo do que esses meros efeitos ou modos de descarregar "isso".
Nâo vou dar exemplos de quem quer que seja, visto que à amiga Saudades tal lhe faz saltar a discrasia. Faça-se-lhe a amicícia de tal omissão.
Quanto ao resto, Madalena:
"Amor não é literatura, homem não é apenas poeta e se fica tonto quando ama, só é mais humano que o poeta... e ainda bem que assim é."
Quanto ao primeiro membro do período: já sabíamos, por isso há duas palavras diferentes para uma coisa e outra, palavras que não são nem perto de sinónimas. Pronto!
Quanto ao segundo membro do período: já sabíamos, e a isso saber muito pode ajudar-nos a velha lógica de Aristóteles.
Quanto ao terceiro membro: já sabíamos que quem não seja poeta nem homem tem dificuldade em entender estas coisas confusas de próprio do homem. Por isso é que há homem e “não-homens”: estes têm daqueles acessos de “pulinhos, saltinhos, tremuras, nervosinho, gritinhos, ais e uis, calcanhares a falharem, artelhos a tremularem ou coxas a mancarem” e etc. e tal. E pronto!
Os homens, o vulgo homem, enfia-se nas chamadas “bejecas” ou vai à bola. E pronto!
Mas, Madalena, há outros… fugidios às classificações, os tais que nada disto fazem, porque nada disto sentem. Talvez porque nada disto sejam – sem que, com isto, eu queira significar que sejam melhores (ou “mais melhores”, como gostou de asnear a Saudades), ou piores, ou “bué dâ piores” - esta é também para abrenunciar a Saudades!(risos!)
"E quem quer passar pela vida sem sentir isso?"
"Isso", recordemos, é o que "agarra os calcanhares e (...) lança pelo ar". Bem, Madalena, eu cá por mim... passo...!
Já agora, desculpe-me a "terrível" curiosidade, quando "aquilo" a "lança pelo ar", depois de a ter "agarrados os calcanhares", onde é que precisamente a Madalena vai parar? Onde é que volta a si?
Ai, coitada! Que coisa, não é?!
Ainda bem que eu cá não tenho dessas arrelias, uff!
(Por isto é que ri, entre sorrisos, aquilo que escreveu depois, Madalena: "por mais que por vezes doa, quando regressamos ao chão... :)"
Ah, sim, amiga, deve doer "bué"! E não se será por vezes. A Madalena deve ter dito "por vezes" (que amiga!), só para não nos preocupar tanto, não foi? Foi. Que rica! ...Ainda há boas pessoas! Nada como ali a Saudades, que se me desata a rir aqui na barbicha, e eu aí, claro, fico com cara de Don Quijote (meneado pelo sensato e pançudo do Sancho), voejando íntimas pimpinelices por Dulcineia. Pois, que maldades!
Quanto ao "se fica tonto quando ama". Bem, Madalena, isso de ficar sem ar, e ficar tonto, pode ter outros motivos. Bem, mas para aqui, tal como a opinião a (in)experiência de certas pessoas foi achada despropositada pela boa da amiga Saudades, também essas tonturas, tonteiras e e outros calores ou calafrios, não são quiçá lá muito bem vindos aqui. Por isso, eu, que tenho medo da amiga Saudades, vou bicar calado.
"Ainda bem que assim é". Perdão: que bom seria se assim não fosse!
Claro, saia quando quiser,amiga Saudades! Pode até deixar o estafermo do Lapdrey a falar sozinho, que lhe faz a ele muito bem, que tem a mania que fica tudo pregado a ler as parvoeiras barrocas que ele escrevinha... Bem feito! "Prontus"!
Quanto a Donis. Disse-me ele que lhe pareceu (creio que bem) que o tema destes comentários é, não o Amor, mas a tal coisa de "cartas de amor", duas palavras que ele estranhou serem apostas tão próximas: ele, aliás, à primeira leitura, leu "caras de amor". Aí rasgou um sorriso, mas depois, quando reparou no que lá estava escrito, desconsolou a feição e voltou àquela expressão tão peculiar dele, que se não parece com nenhuma que se haja alguma vez visto.
Aí, ele ficou algo apreensivo, quanto ao que por aqui leio, entre o post e os comentários (não ligou, é claro, às diarreias verbais do Lapdrey, que ele já nem atura sequer imaginar, pois logo fica trovadorescamente zonzoide), e então, apreensivo, mandou-me que lhe diga, Saudades, que, só para a animar
(digo eu! - como diz o meu filho...), vai escrever (veja só a pinta!) uma coisa dessas, uma carta de amor fictícia, só para lhe "arrebitar" o ânimo.
Diz que vai tentar que a coisa resulte também em "agarra-calcanhares" e "lança-pelo-ar" Ok, Madalena?).
Mas não promete nada, pois tem andado "com a mosca"...
(Deve ser "mosca" medieva, na certa!)- digo eu. Aliás, diz (habitualmente) o meu filho. Ai, desculpe, que estas coisas não são para aqui chamadas. Pois, e também não era para dizer que eu tenho um filho, não é? Terei?
Entretanto, enquanto a ervilha murcha: fico à espera (acho melhor) do regresso de paulo Borges e boas novas acerca dos países de pessoas baixas em meditação... Ai perdão, eu queria dizer: "pessoanas meditações em países baixos"...
P.S. Ah, mas, ó Saudades, diga-me aqui uma coisa, que ninguém nos ouve.
Lá isso de que falou, de "cântaros", perdão, de "cágaros", ups, perdão de novo, ... (como é que é?)... de "cátaros": isso tem alguma coisa a ver com os "albijosos", desculpe, "albigenxes", desculpe, "albigenses"? Se calhar tem...
Ah, mas não sei se a Donis lhe apetece dizer alguma coisa que a Sua Eminência o Senhor Cardeal amofine, tipo aquilo dos casamentos dos muçulmanos com os católicos. Aquilo foi uma verdadeira "albigice senil" da parte do senhor cardeal, cada vez mais pequenino de espírito e mais cheínho de si mesmo. Pois...(Será do cigarrito? ou ... dalgum exagero no litrar do belo vinho de missa de Carcavellos?)... - eu se fosse muçulmano, até que tinha afinado, e muito, assim como foi das caricatas caricaturas que deram aquele (esse, sim, ridículo) estardalhaço todo...
P.S_2
Também não revi este comentário. Lastimo antecipadamente os lapsos e relapsos que por aqui haja.
...Estou a rir há cinco minutos e ainda vou a meio do comentário...Não resito a umas boas e "ridículas" piadas, às vezes - só às vezes - custa um bocadinho notar certo esvaziar do riso, mas isso é o que sempre acontece, quando se faz silêncio.
ResponderEliminarEu acho que o Paulo não se vai zangar com tanta e tão inocente, no fundo, jocosa e quase "ridícula"
sequência (ou será consequência?) de asneiras. Saudades está a asnear! demais...acho que ainda não se pode brincar ao Carnaval, porque as festas pagãs deviam de ser proibídas pelos cardeais... e as pessoas deviam de ter mais atenção com quem se casam, pois de repente, podem descobrir que estão casadas com o Islão, e diz que isso é grave.
(risos)
Se há pessoas baixas a meditar, não o sei eu que as não vi, nem lhes escrevi.
Também à Madalena, não sei se ela se magoou por ter caído e terem escorregado os calcanhares...
Os "pulinhos", não sei... mas as "tremuras"... também não. Os chiliques das "pimpinelas" barrocas... não, barroquíssimas de certos trovadores "teimosamente" fiéis à mudez. E acho que fazem isso (eu não disse "isso") de propósito para nos fazer sofrer maior coita...
"Lapdreu" meu bom amigo, já não consigo escrever mais, pois estou cansada e, se puder, vou-me deitar... Se não puder, fico mesmo aqui com a cabeça em cima do pc...
O Lapdrey, quando se esmera, consegue ser malvado. Mas que tem imenso sentido de humor, lá isso!...
Não esperava vir a rir tanto com os post's e os comentários na Serpente...
Isto (outra vez?) é o que se chama ir para além dos limites. Ainda bem que a Isabel já deve estar deitada...
Acho que ela ficaria, tal como eu fico, aborrecida com Donis, por ele ser um excelente conhecedor do Amor e não querer dele nos falar :))
(Risos e pausa para respirar. Não consigo ler mais, estou "morta" de sono e de ........................)
Até amanhã.
Um beijo à Madalena, simpatizo imenso com ela. Será sentimento?...
não, ainda não é amor, mas será Amor...
Depois de um "Carnatal" só mesmo este "ridículo postal" com um bilhetinho (in)feliz...
Quando é que aprendemos a ser ridículos?
Desculpe, Lapdrey (que nome, senhor!..)é dia de Natal... ops! não é, mas: "Diz que são todos!"...
Abraços e beijos - fica muito ridículo?
Não me sentirei muito bem se não pedir desculpa a Lapdrey e também ao Paulo Borges por esta brincadeira,um pouco exagerada, penso, a propósito deste post.
ResponderEliminarMuitas das afirmações que faço não correspondem seriamente e verdadeiramente ao que penso. Elas devem ser lidas como uma brincadeira e "provocação" a Lapdrey que leva tudo demasiado a sério. Eu tentei dar aos comentários o tom menos sério que me merecia o fútil assunto... a dimensão que ele tinha.
Gostava que o Lapdrey entendesse isso, e também a Madalena, a Isabel e os leitores.
Um abraço a todos.
Eu, quando "levo tudo demasiado a sério", pelos vistos faço rir certa amiga saudosa do futuro.
ResponderEliminarAté isso, levo porventura "demasiado a sério"...
Mas não vai muito comigo levar a seriedade a brincar: já o contrário, levar muito a sério a brincadeira (e o saber brincar), isso, sim. É coisa muito séria...
Envio então - cachimbo da paz? - risos para Saudades, risinhos para o Futuro, gargalhadas para a SaudadesdoFuturo e sorrisadas para a Isabel, que espantosamente tão bem mostra conhecer-me, e, é claro, também para a pobre Madalena, que pode ter ficado arrancada dos calcanhares por algum susto mais lapdreico, e não pelos costumeiros motivos (dela, claro!)...
Isto, é claro, se a Madalena não estiver mesmo no meio dum daqueles "períodos de calcanhar" e "voo picado" ...
Aí, a boa da Madalena nem dá por nada que por aqui se escreva...
E é justo e muito bem feito! Isto aqui só se vê é um gasto ridículo de palavras.
Credo!!! Ai, aquele Lapdrey...! Não haverá quem o cale?
Ó Donizetti, perdão, ó Donis!
Faz-me o obséquio e o "obstáculo" de calar esse seu coexistente ??!!
Agradecido!!!
És mesmo limitadinho, ó Lapdrey! Quem nunca escreveu, disse e teve atitudes patetas por Amor!?
ResponderEliminarOh, anónima limitação berlindesca ...!
ResponderEliminarSer "ilimitadamente limitadinho" é precisamente ter a "noção" exacta do quase nada que se é... a amar... ou a fazer o que quer que seja.
Ao contrário de certos outros seres que são, porventura, "limitadamente ilimitadinhos"...
Não há escolha para quem já escolheu não escolher...
P.S. Será que toda a nossa bela gentinha tem de ter esse moldezinho de devoto de São Ridículo ... se não, não é gente?
Deixem-me ser "ridículo", já agora, em não achar pevide de piada nisso: nisso a que algo "totalitariamente" eu chamaria "ridicularias do amorzinho dos portugalinhos".
Prefiro mil e meia vezes as "infidelidades" dos Fiéis d'Amor, a essas piroseiras desconchavadas de mútua mentira consentida, a que nem o próprio acha graça alguma mal lhe passe a februra do "di-bi-du" no beicinho do "terrível bebé" a quem se escreve como (dizem!) os "anjos"(?) escrevem "cartinhas de namoro às estrelas"!
(Que giro! Faz-me lembrar aquele anúncio do chocolate, que o avô conta à neta, no Natal, e que, no final, a pobre menina vê comido pelo sem vergonha do avô: falinhas mansas, para um efeito que nada tem com o correr da coisa! Pois!)
Caro Lapdrey,
ResponderEliminarNão tenho nenhuma dificuldade nem em entender homens nem poetas. Nem mesmo a si, que foge às classificações, ou às suas "explosões". No que me diz respeito, só consigo enfurecer-me com quem me agarra os calcanhares. Porque será?
De calcanhares agarrados, tonta, ridícula, ando de viagem por mundos provavelmente incompreensíveis e odiosos para o Lapdrey, mas assim talvez até chegue mais depressa ao Amor... quem sabe?
"O Amor não é, quanto a mim, um "sentimento pessoal": é, porventura, o principio cósmico que dá eclosão unitiva de ser a tudo quanto existe - é o que faz unir na morte ou morrer na união quem ama."
Amor é apenas um. Nunca aprisiona. O que aprisiona não é amor. Nem Amor. Também acredito que temos de partir do pessoal para o universal. Se o Amor une na morte, não sei. Na vida une, com certeza. O cosmos está vivo. Além de que o que chamamos morte faz parte da vida.
Um abraço, Lapdrey, e continue a enfurecer-se assim, se isso lhe faz bem. Mas proteja a barbicha...
Abraço também à Saudades, à Isabel e ao Anónimo.