Sente
A Primavera vem rente
À tua pele nua e cara
À tua pele de serpente
Sente
A Primavera desmente
Nos seus bailes rituais
Que tu do quarto da vida
Do cosmos da lida
Nada queiras mais
A Primavera é correio
É desmesura, sinais
De que o inteiro nos conclama
Dentro da artimanha-ossatura
Do esqueleto do intelecto, dos porões resignados
Aos escuros encimesmamentos
Trancados na funda e finita letargia
Da estação do oblívio
Vem
A Primavera é alívio
Corola, desejo, istmo
Que nos separa da ínsula dos Fevereiros
Sente
A Primavera é da gente
O grande sol brotará do teu peito
E como flor no deserto
Beber-te-á todo o pejo de amar
A dança da vida por si só
Tem dó
Tem dom
Vem
gostei!
ResponderEliminaré um poema ritmado, com um toque de sensualidade no apelo q faz a esse renascer proposto. :)
Um antegosto da Primavera que assim chega antes de vir... mas que não nos furte o encanto da invernia e da morte, sem a qual a verdade prima aflorar não pode!...
ResponderEliminarnão podia deixar de gostar. A começar pelo nome.
ResponderEliminare, depois, a antecipação do Sol, das andorinhas, das lagartixas,dos tapetes de flores bordejando os caminhos.
Mas - cuidado. Lagartos e sapos, e salamandras, e quase todos os anfíbios estão em vias de serem exclusivos de aquário.
já foram praticamente exterminados
"o encanto da invernia e da morte, sem a qual a verdade prima aflorar não pode!..." - Magistral: verdade prima aflorar, neste contexto, é um mais que perfeito!
ResponderEliminarGrata a todos, e primavervam, ainda que, entretanto, em degustação hiemal!
Que bom que voltou Tamborim!!!
ResponderEliminarfico feliz com o regresso e ainda por cima, com este!
ADOREI*
Muito grata querida Sereia!:)
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