segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

poemas em pedra - I

6 comentários:

  1. Foto de calar o próprio silêncio!
    Ocorre-me aquele celebrado poema ("Liberta em pedra") de Natércia Freire, tão esquecida hoje entre nós.
    Cito-o, entrecortado (pelo que, a ela, peço perdão):


    "Livre, liberta em pedra.
    Até onde couber
    tudo o que é dor maior,
    por dentro da harmonia jacente,
    água, fria, atroz,
    de cada dia.

    (…)
    Importa a liberdade
    de não ceder à vida
    um segundo sequer.

    Ser de pedra por fora
    e só por dentro ser.

    (…)
    Livre, liberta em pedra,
    voltada para a luz
    e para o mar azul
    e para o mar revolto...
    (…)

    Entre o peso das salas,
    da música concreta,
    de espantalhos de deuses,
    que fará o Poeta?

    Natércia Freire

    (in “Poemas e Liberta em Pedra” , pág. 94,
    Soc. de Expansão Cultural, Lisboa, 1967)

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  2. as pedras - julgo que sobretudo nos climas tropicais - ganham dimensões e formas inusitadas.

    lembro Nampula, em Moçambique, onde ´são frequentes cópias do Pão-de-Açucar brasileiro.

    Bom Novo Ano para ti

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  3. As pedras são os relevos da poesia do mundo.

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  4. Um bom ano para ti, Francisco.

    As pedras e os poemas em pedra, são - aprendi-o recentemente - as formas naturais onde repousam os que connosco afloram e nos visitam do mesmo solo das nossas memórias. São geografias de alma e espíritos do lugar, isso já tínhamos aprendido.

    Um abraço, Saudades

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  5. da foto: a sensualidade de uma natureza prenhe, ousadamente graciosa e exposta!o contorno de um meigo céu que a beija em jeito de protecção, e amplexo.

    adorei o poema q Lapdrey aqui citou e o coentário da Saudades, por tudo isto, é bom estar num espaço como este :)

    grata

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