Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
domingo, 28 de dezembro de 2008
fernando pessoa e o burrinho de belém...
"não haver deus é um deus também"
Um abraço, Paulo, e um grande ano para todos são os votos daqui de Benguela
Tomando a primeira parcela da frase ("não haver deus") como uma manifestação de ateísmo, seja do modo mais rudimentar e tosco, ou já da maneira subtilíssima e sublime como Mestre Eckhart disso foi acusado (Paulo Borges de tal poderá falar muitíssimo melhor do que eu), poderemos dizer, sim, quanto a mim, que disso se fará, ou um ídolo às avessas(como o fizeram os materialistas, sobretudo marxistas), ou avesso da idolatria: a constatação, essa profundíssima, de que não "há" Deus, porque Deus não é "coisa" que "caiba" no haver, que é coisa que pertence em esclusivo às coisas.
Ana Margarida, Com essa do "petisca e lambisca" de Natal africano confesso que me "desnorteei" um tanto: será que eu me enganei na conversa? Vou meditar um pouco e embasbacar assolapado com Yves Leloup (ele, claro, não tem culpa alguma... antes pelo contrário, não se ensolapa facilmente, e ainda bem.)
Não querem lá ver que estou no post errado: Por favor, este não é o post "Fernando burrinho e a pessoa de belém"...!??
Soantes, bem-haja pelos votos deixados e receba os que lhe reenvio: de bem, de belo e do que mais couber na sua alma. Muito e irrevelável, seguramente.
Obrigada, sempre, pelo que de belo, breve e intenso por aqui compartilha.
"Medo do segredo contido na mínima coisa, medo que todas as coisas indiferentes que nos circundam se animem por um instante e nos segredem palavras inesquecíveis, perigosas e fatais, que nos confiem os seus segredos que não desejamos e testemunhos que não esperamos; medo de que as coisas mudas nos confiem uma missão perigosa, irrealizável e esmagadora, que façam de nós o seu intérprete, o seu porta-palavra... Medo das coisas que se calam, de sua misteriosa proximidade, de sua solene eternidade, ou medo de que a sua imobilidade não seja senão uma ilusão, e que elas queiram um dia dizer-nos "tudo", absolutamente tudo, e desejo ardente de que tudo seja indizível"
o burrinho voltava para casa depois de cumprir o papel na manjedoura e o fernando pessoa, achando-o triste, fez esse verso...
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarpensei q fosse um burrito carregando o fardo da ignorancia mas a virtude da paciencia
Tomando a primeira parcela da frase ("não haver deus") como uma manifestação de ateísmo, seja do modo mais rudimentar e tosco, ou já da maneira subtilíssima e sublime como Mestre Eckhart disso foi acusado (Paulo Borges de tal poderá falar muitíssimo melhor do que eu), poderemos dizer, sim, quanto a mim, que disso se fará, ou um ídolo às avessas(como o fizeram os materialistas, sobretudo marxistas), ou avesso da idolatria: a constatação, essa profundíssima, de que não "há" Deus, porque Deus não é "coisa" que "caiba" no haver, que é coisa que pertence em esclusivo às coisas.
ResponderEliminarQuais são os sabores e os aromas do natal Africano?
ResponderEliminarAna Margarida,
ResponderEliminarCom essa do "petisca e lambisca" de Natal africano confesso que me "desnorteei" um tanto: será que eu me enganei na conversa?
Vou meditar um pouco e embasbacar assolapado com Yves Leloup (ele, claro, não tem culpa alguma... antes pelo contrário, não se ensolapa facilmente, e ainda bem.)
Não querem lá ver que estou no post errado: Por favor, este não é o post "Fernando burrinho e a pessoa de belém"...!??
Soantes, bem-haja pelos votos deixados e receba os que lhe reenvio: de bem, de belo e do que mais couber na sua alma.
ResponderEliminarMuito e irrevelável, seguramente.
Obrigada, sempre, pelo que de belo, breve e intenso por aqui compartilha.
Duas miudezas matinais:
ResponderEliminar1. Onde, no meu anterior comentário se lê "ensolapar", que é coisinha que em português não existe, quis obviamente escrever-se "assolapar".
2.Um certo Fernando que me não leve a mal, nem certo burrinho, e muito menos o amigo Soantes, pela travessura de tais trocadilhos atrevidos.
Será o burro do profeta Barlaão, que vê o anjo? Será o nosso auto-retrato?
ResponderEliminar"Medo do segredo contido na mínima coisa, medo que todas as coisas indiferentes que nos circundam se animem por um instante e nos segredem palavras inesquecíveis, perigosas e fatais, que nos confiem os seus segredos que não desejamos e testemunhos que não esperamos; medo de que as coisas mudas nos confiem uma missão perigosa, irrealizável e esmagadora, que façam de nós o seu intérprete, o seu porta-palavra... Medo das coisas que se calam, de sua misteriosa proximidade, de sua solene eternidade, ou medo de que a sua imobilidade não seja senão uma ilusão, e que elas queiram um dia dizer-nos "tudo", absolutamente tudo, e desejo ardente de que tudo seja indizível"
ResponderEliminarAbraço, Francisco, Grande Ano para lá de o haver!
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