"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz. Vivam os mortos porque neles vivemos.
[...]
Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente. Mas é um vazio terrivelmente perigoso: dele arranco sangue"
- Clarice Lispector, Um Sopro de Vida (Pulsações), Rio de Janeiro, Francisco Alves Editora, 1991, 9ª edição, pp.17 e 19.
“A veces tengo la impresión de que escribo por simples cuiriosidad intensa. Es que, al escribir, me doy las sopresas más inesperadas. Es en el momento de escribir cuando muchas veces soy consciente de cosas,de las cuales, siendo inconsciente, ante yo no sabía que sabia.
ResponderEliminar[…]
Mis intuiciones se vueleven más claras al esforzarme en trasponerlas en palavras. En este sentido, pues, escribir me resulta una necessidad. Por un lado, porque escribir es una manera de no mentir al sentimiento […] por el otro, escribo por incapacidad de entender a no ser a través del proceso de escribir. […]. ( seleccción de Ana Ayuso, in, El oficio de escritor
Sim, trata-se também, de uma citação da Clarice Lispector.
ResponderEliminar"O pré-pensamento é em preto e branco. O pensamento com palavras tem cores outras. o pré-pensamento é o pré-instante. O pré-pensamento é o passado imediato do instante. Pensar é a concretização, materialização do que se pré-pensou. Na verdade o pré-pensar é o que nos guia, pois está intimamente ligado à minha muda inconsciência. O pré-pensar não é racional. É quase virgem.
ResponderEliminarÀs vezes a sensação de pré-pensar é agónica: é a tortuosa criação que se debate nas trevas e que só se liberta depois de pensar - com palavras" - Clarice Lispector, "Um Sopro de Vida (pulsações)", p.23.
«Muitas vezes jovens me perguntam como se redige uma peça literária. A pergunta não deixa de ter sentido.
ResponderEliminarMas o que deveria ser questionado era como se mantém uma relação com o mundo que passe pela escrita literária.
Como se sente para que os outros se representem a nós por via de uma história?
Na verdade, a escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz uma operação aritmética.
A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro modo de pensar que está para além da lógica que a escola e o mundo moderno nos ensinam.
É uma outra janela que se abre para estrearmos outro olhar sobre as coisas e as criaturas.»
Uma palavra de conselho e um conselho sem palavras / Mia Couto. In Pensatempos, 2005.
Gostaria de comprar mais umas poucas destas.Como o posso fazer? É para a minha caderneta.
ResponderEliminarObrigado.
"Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta."
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