sexta-feira, 25 de julho de 2008

Poetugal

O Poeta só é capaz de encarnar o seu poema, por isso, quando lhe é exigido encarnar um poema alheio, sente-se confuso, visto a vida apenas o ter colocado a sentir o seu próprio sentimento e, em consequência, o próprio pensamento-verso. Num mundo de homens-ideias, o Poeta sente-se inabilitado, não conseguindo viver através de ideias que não tenham um corpo real.
O português é acusado de viver na cauda do mundo-fantasma europeu, sente-se fora de um mundo que não tem fora nem dentro, restando-lhe ficar triste por estar vivo num mundo que -ainda- não nasceu.
Ser o português o culpado de ainda existir num mundo dominado por idei-ot-as? Por certo que sim-to...

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