sexta-feira, 25 de julho de 2008

aceitação

A noite enrola os cabelos

Sob os dedos do sol.

O pasto dos anos ressequiu

A gota de luz que nos guiava.

Lembro-me dela:

Uma lua solar. Nenhum incógnito:

Por toda a terra as sombras com olhos

Lambiam pregadas essa noite

O eco dos rastos e dos rostos

Consumidos na distância.

Os mortos ressentidos chispavam

No aço fino da voz: tudo foi dado,

O nobre nascimento e o voo sempre inédito

Das cinzas no oceano sem telhados.

3 comentários:

  1. será que a morte é igual
    a nunca se ter nascido?
    Será tudo virtual?
    Fará a vida sentido?

    mais para dar um grande abraço ao meu amigo, a partir daqui- da Barragem do Divor.

    ah, e porque estamos vivos

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  2. ...“Sob os dedos do sol”
    A vida desprendia os seus nós,
    As naus e os pés do vento
    Abriam janelas no mar,
    Para a tarde chegar
    De.vagar, vinham de longe as vozes
    Chegavam à praia em eco
    As grutas que fomos sendo…
    Éramos nós as vozes deixadas
    Eram vagas as ondas atiradas
    À memória em cinza do nosso canto
    Encostado à distância, nau côncava,
    As mãos e o gesto de afagar tristezas,
    De rumar a casa, à barca da ternura.


    Um beijo de saudades

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  3. A Barragem do Divor! Que saudades dos bons momentos lá passados! Afinal ainda tenho saudades de alguma coisa... e não apenas da não-coisa!...

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