O Presidente Cavaco Silva acabou de falar ao país, numa excepção que gerou grande expectativa sobre a razão. Cheguei a pensar se seria para declarar a extinção de Portugal ou a instauração do Quinto Império, o que poderia ser o mesmo. Cheguei a pensar, mais a sério e num assomo de esperança, se seria para se solidarizar e responsabilizar pelo crescente sentimento de mal-estar, angústia e infelicidade que se abate sobre o povo de que é o supremo representante e que cada vez menos espera alguma coisa dos seus governantes. Cheguei a pensar que seria um assomo de humanidade, consciência e alma. Cheguei a pensar que escutaria palavras vindas do coração.
Não. Apenas uma questão burocrática, por mais importante que a seu nível seja, num discurso soletrado como um autómato e com a postura rígida de quem se comporta como se o fosse. Apenas o mesmo de sempre.
Tranquilizemo-nos. Portugal não acabou, o Quinto Império não foi instaurado e tudo está como antes. Podemos dormir descansados. O Presidente não teve uma crise de identidade e o povo pode continuar infeliz à vontade.
Ainda estou a ouvir o gajo aqui a badalar na tv a meu lado. É claro que estou a falar do espalhafante apresentador do preço certo em euros. Grita, grita e às vezes há pessoal que não ganha nada.
ResponderEliminarÉ uma personagem curiosa. Eu cá não participo no concurso em que ele nos calhou na rifa, não que seja monárquico, mas como anarquista recuso-me a participar em concursos pimba. É uma espécie de jogos florais para os débeis da pinha. E há muitos por aí para nos dar cabo da azelhice. Mas ganham os concursos e ficam feitos na vida. Por isso penso que o teu título a seguir ao acabou não faz sentido. Faz-te falta ir arejar lá para os penhascos da tua amada falésia. Portugal faz-nos bem. ;)
É isso: o Presidente acabou. E o país sobre-vive-lhe.
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