Com pés de barro e braços de cera,
Com a chave do ouro nas margens do Nilo,
Com pés de enxofre e braços de sal,
Com sete puras incisões e a luz em sangue
Derramando; com as entranhas em fogo
E a lagoa reclinada a ocidente,
Com a leve aragem que busca a tua mão sulina
E agita levemente as águas como quem chama por ti;
Caminharei, de olhos vendados ainda,
À sombra da estrela flamejante, nas asas cor de rosa
Do entardecer, no serpentino refluxo
De mercúrio. Palavra perdida no mapa astral,
Com os braços cruzados e as pernas recolhidas,
Como um deus numa semente: caminharei.
Caminharei e entoarei esta canção...as margens do rio dar-me-ão o ritmo e, com Camões nos lábios, a "maior força saudosa desenvolvida sobre a terra", como diz Pascoaes, quebrarei a tampa de um sepulcro. Reencontrarei os que Amo e não estão esquecidos.
ResponderEliminarQue estranha sensação de já ter andado nesta paisagem...e canto e agradeço sorrindo
Belo poema, Francisco ! Para onde te enviamos a Nova Águia ?
ResponderEliminarAbraço