Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Uma breve reflexão sobre a existência de Deus a partir de uma notícia sobre uma carta de Einstein
Soube hoje, através das notícias, que veio a público uma carta de Einstein em que o génio afirma que a crença em Deus é uma crença infantil e supersticiosa. Creio que o mais fotogénico cientista de sempre está errado, na medida em que não é meramente infantil (como se a infantilidade fosse um mal... vejamos bem a sociedade em que vivemos!), mas simplesmente humano, perguntar pela causa das coisas. E, no que refere a causas, Deus, que desconhecemos, é a causa primeira de tudo. Não digo que Ele seja omnipotente, ominisciente ou sumamente bom mas, apenas, que sei que é a causa, embora O desconheça, tal como sei que o fabricante do computador que neste momento utilizo é a causa da existência do mesmo, embora o desconheça, isto é, não saiba que propriedades tem. Quanto a Deus, se de facto existe ou existiu, tenho em crer que lhe podemos atribuir, com certeza, pelo menos uma propriedade: ser incriado, na medida em que é o primeiro ser, anterior a tudo. Penso que a única boa alternativa à ideia de que Deus existe ou existiu é a de que o Universo não tem princípio temporal e que, portanto, há sempre (infinitos) acontecimentos anteriores a quaisquer acontecimentos. Note-se, porém, que mesmo esta última teoria supõe a existência de algo incriado, na medida em que supõe um infinito de tempo, acontecimentos e, supostamente, objectos (físicos ou outros). Nos meus parcos conhecimentos científicos, creio que Deus é aquilo que é, como disse, anterior a tudo e, por isso, o que existia antes e aquando do Big-Bang, podendo ou não existir depois do Big-Bang. Se podemos comunicar com Ele? Podemos, pelo menos, tentar pensá-Lo...
Na medida em que Einstein acreditava em Deus talvez estivesse a retratar-se como tendo ele próprio uma consciência infantil e mágica.
ResponderEliminarFalando agora a sério: o que Einstein criticava era a concepção antropomórfica de Deus.