A jornalista británica Saira Shah realizou este documental, Beneath the veil, que teve varios prémios internacionais. É uma incursão sobre a condição da mulher no Afganistão dos talibães. A reportagem foi feita pouco antes do 11/s. Agora pode encontrar-se em youtube.
http://www.youtube.com/watch?v=9WrGFzkFSaU
De Saira também é um livro intitulado A filha do contador de histórias, publicado em edição brasileira e portuguesa (esta última em ASA) e que acho muito recomendável. Enfim, deixo-vos este contributo para o 8 de Março. Um abraço.
Boa Noite José,
ResponderEliminarVi todas as partes da reportagem, ontem à noite, antes de me deitar. À medida que ía optando por ver a parte seguinte, aumentava a minha tensão psicológica em face do "horror". (Pensei que ía ter pesadelos com isto). Também li a carta da Ana Margarida sobre as torturas. Não sei o que é tudo isto.
O primeiro impacto será uma liminar rejeição como única empatia possível para com quem sofre estas atrocidades e uma violência por quem as comete. Mas tudo isto é visceral. Portanto, é pouco, ainda é pouco. Só no processo de oração que em nós se instala nos ergueremos à Compaixão, e aí sim, aí estaremos a des.ventrar.nos da energia em que tudo isto acontece e em nós obtém ressonância, dando-lhe uma outra estrutura e vibração que importa fazer operar. Dentro e fora.De dentro para fora.
(Não tive pesadelos. Acordei cedo. E entreguei-me ao dia.
Muito obrigada por teres vindo à Serpente com esta reportagem. O que fica é algo extremamente… sublimado. Creio.)
Muito obrigado, Luiza, pelas tuas amáveis palavras. Eu sinto-me muito à vontade na Serpente, nesta comunidade da consciência, simultaneamente virtual e real. Também vi o teu post sobre a “iniciação”. Senti o teu interesse sobre o tema e queria fazer alguma observação mas decidi esperar outro momento. É também uma questão de energia pessoal. De adequação entre palavra, ritmo e de certo sentir interior. Não sempre é facil encontrar a palavra adequada, no momento adequado. Enquanto pensava em esta resposta veio a mim uma velha história, que não sei se está ligada a tudo o que estou a dizer mas que te ofereço como compensação às tuas belas palavras.
ResponderEliminarCaim e Abel
Todos sabemos da morte de Abel às mãos de Caim. Mas sabemos realmente o que aconteceu?
No momento em que Caim matou a Abel e a sua alma voava aos céus este disse:
- Perdoa-me, irmão, deve ser muito duro ser “o mau” tu só!
Certamente não era algo que Caim pudesse ter ouvido.
Caim continuou vivendo, se é que temos que chamar-lhe de alguma maneira à sua sobrevivência. A vida era dura, certamente.
Passaram os anos.
Por coincidências do destino Caim achava-se no mesmo lugar em que anos atrás matara a Abel. Sentado numa rocha comprovou como ainda estavam lá uma gotas de sangue seco. De súbito as lágrimas começaram a rodar pela sua face e então disse:
- Perdoa-me, irmão, deve ser muito duro ser “o bom” tu só!
Mas desta vez sabemos que Abel escutou, não é assim?.
(Do Kitab al-qalandar)
Dizem que esta é a história que fecha o livro (kitab).
Um abraço de coração.
Olá José,
ResponderEliminarDeixaste-me interessada em conhecer a simbologia do episódio de Abel e Caim. Creio que só assim poderei compreender melhor a essência desta história que me trouxeste.
Mas seja qual for a minha capacidade de a alcançar o facto é que já me comove como um redemoínho, atraindo-me à vertigem, brandamente para que eu lhe conheça todas as voltas. Enfim, assim é com todas as histórias entre irmãos.
"Mas desta vez sabemos que Abel escutou, não é assim?" - estonteante.
Um sorriso sagitado