Dizem-me que sou barro e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando os dedos alisam minha pele só veludo sentem tocar.
Dizem-me que o sexo é corrupto e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando Eros me visita só me dispo nos seus voos de encantar.
Dizem-me que o coração é traiçoeiro e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando o escuto só os seus sagrados murmúrios desejo imitar.
Dizem-me que o verbo é enganador e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando escrevo só as suas coroas do silêncio quero alcançar.
Dizem-me que existe uma pátria e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando sonho só reinos eternos habito que anseio sacralizar.
Dizem-me que serei pó e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando meu corpo morto antevejo ele só tem espuma de mar.
Dizem-me que voltarei à Terra e eu, ingénua, acredito.
Mas, quando esse regresso imagino só vislumbro uma morada estelar.
Dizem-me «isto», «aquilo», «muito mais» e eu, ingénua, acredito.
Mas, meu ser livre e aflito só clama: «Por favor, deixem-me sonhar!»
Uma verdadeira pluma alada ! A Serpente agradece !
ResponderEliminarEu é que agradeço à Serpente e a todos os autores e leitores por poder partilhar os meus voos imperfeitos mas sentidos e aprender com eles novas escaladas!
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