Pousado o tear entre o colo e a memória
Entre a flor e a dor há peixes-pássaros raiados
A mulher engole o fogo que rola no mar
Há clarões que morrem na sua boca
Engole-os a saliva da espera
E o dia parado é uma ferida que entra no espinho
A manchar o bordado do lençol
Haverá manhãs de pássaros calados
Circum-navegando o desenho do bordado
Sabe-se que uma túnica se despe no incêndio
De uma viva memória. E os rios silentes
cobrem os pés dos artesãos de florilégios.
Onde guardas os braços, ó meu amor de longe?
A tua cabeça no meu colo é uma geografia deserta
O esplendor degolado de uma flor nascida
Da ciência tecida do paciente espaço.
Reconta o tempo da viagem de regresso.
As mãos são alvas cicatrizes, e as flores ágeis
Não enchem o bordado do ponto onde te ausentas.
Cheio o meu colo das paisagens que ficam
Converte-te à cegueira da minha imagem vazante
Nas ondas verás o reflexo de deus em chamas
Chamarás pelo tempo, essa flor de mortalha;
Talvez entres a cantar por esses corredores de pó
Sabes que a tua cabeça florirá sobre o meu colo em chamas?!
M.S.
ora bem - que dizer?
ResponderEliminaruma vez falei-te de ter ouvido elogios à tua poesia.
disseste: elogios de certa gente prefiro não os ter.
por isso não direi mais do que:
li e gostei muito
gostar não é elogiar, pois não?
beijinho
Ainda bem que gostar... não é elogiar! JCN
ResponderEliminarPenélope... agradece a visita: deixe cartão! JCN
ResponderEliminarPlatero,
ResponderEliminarLembro-me bem e sei a quem me referia. Continuo a pensar o mesmo. O tempo confirmou-o.
Mas tu és o meu Amigo, e podes dizer o que tu quiseres. Considero, em primeiro lugar, a Amizade.
E tu, Platero, és um irmão querido.
Beijinhos, Plateriro.
JCN!...JCN!!!!
ResponderEliminar:)
"O Tempo, esse Grande Escultor". Gostei e elogio-a, reconheço-a só pelas palavras, esperando que O Tempo a preserve, mesmo nas suas convicções, que nem adivinho, pois cada qual terá as suas e isso é que é salutar, sem a julgar, longe de mim!
ResponderEliminarE viva o Benfica!, ainda sendo eu do Sporting, mesmo os que teimam em vir do Porto para Lisboa só para vislumbrar quem nunca conheceram, e aí teremos que revisitar Aqulies...
errata :) Aquiles, cujo tendão é muito frágil...dizer NÂO dói,ainda por cima quando alguém diz que outrem disse sim...equívocos, já se sabe, tantas vezes, invertidos e até comprovados pelo Tempo e não só...
ResponderEliminarolhem, nem sei porque tal me saiu- deve ser ter sido algum oráculo que se me poisou na janela :)
ResponderEliminarIsabel,
ResponderEliminarGrata pelas suas palavras. Houve algumas que não entendi bem, mas acho que isso tem apenas a importância que lhe queiramos atribuir. No caso, importa apenas agradecer, o que faço desde já.
Um beijinho.
Um abraço
Queira perdoar-me, nenhumnome, se as palavras ditas me lembraram as de uma certa poetisa A.V. que, no FB, não apreciava muito certos elogios aos seus poemas e participação nos debates sobre conceitos perante certas suas citações e máximas, mas que apreciava uma que, por vezes, eu citava de uma Pessoa que fora meu Amigo, outrora, em jeito de conselho, dando-se ao trabalho de descer do seu pedestal para ir ao meu mural :) "perante feras, nem medo nem agressividade, mera indiferença". AV que,desavinda com o companheiro, nem sabe que quando este me interpelou num chat o tentei sempre aconselhar a perceber a mágoa da senhora. No fundo, sentia-me como consultora sentimental, aconselhando o companheiro dessa senhora que não me podia sequer ler, confundindo-me na certa, para se descentrar e entender o que ela estava a passar, que era nítido. Eis que o dito cavalheiro deve ter confundido tb as antenas, pois, certo dia, me disse vir directamente do Porto para Lisboa ver um jogo do Benfica e para me conhecer. Recusei prontamente. A senhora ainda enviou uns primos emissários para me provocar, mas nem sabe a dita o que tentei fazer por ela- o mesmo que gostaria que fizessem por mim, pois pus-me no seu lugar, dado que já tinha passado por algo semelhante. Deus Queira que tudo tenha ficado bem!
ResponderEliminarPor que cometo esta inconfidência? Porque muita gente nessa plataforma não teve pejo em entrar em certas dinâmicas que ofenderam a minha Honra e a dos meus. Lá está o Princípio da Proporcionalidade de Legítima Defesa.
Queira desculpar-me- foi certamente um flashback pavloviano da minha parte de que peço desculpas à nenhumnome.
Um abraço amigo
O reconhecimento da voz é fotográfico. A palavra é feita luz, e os tons, como sons, dão-lhe vida e constraste, pausas, paragens, sombras e silêncios. Tecida a filigrana no imemorial, estendido o tecido do esquecimento, assim renasce deste horizonte, a rarefeita paisagem e o além infinito, a composição de um sol, o manto celeste violeta, e o azul de um céu sem nuvens, onde quem queira serenar.
ResponderEliminarGrato por esta leitura, que reaviva.
Um abraço amigo.
Abraço irmanado no teu texto e na tua imagem tão bela e delicada, de uma paisagem revisitada, agora: "assim renasce deste horizonte, a rarefeita paisagem e o além infinito, a composição de um sol, o manto celeste violeta, e o azul de um céu sem nuvens, onde quem queira serenar."
ResponderEliminarAí fico, onde me sinto em "Casa".
Abraço e gratidão.
Isabel, a minha compreensão e simpatia.
ResponderEliminarPercebi tratar-se de um engano.
P.S. Maria Sarmento é o meu nome, aqui nenhumnome; saudadesdofuturo, em tempos anteriores; Obscuro...e tantos quantos a alma me for nisso rio de voz e de ser.
Beijinho
Para lavar roupa suja
ResponderEliminarhá lugar apropriado:
não fique o mocho deitado
no ninho de uma coruja!
JCN