Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
"Verdes Anos": o PAN já faz parte da história do ecologismo em Portugal
O livro Verdes Anos. História do ecologismo em Portugal (1947-2011), de Luís Humberto Teixeira (Lisboa, Esfera do Caos, 2011), será apresentado pelo Prof. Viriato Soromenho-Marques na 3ª feira, dia 31 de Janeiro, às 18.30, na Livraria Bulhosa de Entrecampos. Este livro dedica o capítulo 8 ao PAN e ao seu resultado surpreendente nas últimas eleições legislativas. Reproduzimos os três últimos parágrafos do livro, após se referir o historial de adversidade de Portugal e dos países do Sul da Europa aos ideais ecologistas:
"Perante este ambiente hostil, como se explica então o sucesso do PAN, que nas primeiras eleições legislativas a que concorreu obteve mais de 50 000 votos em listas próprias (feito inédito entre os partidos ecologistas portugueses) e quatro meses depois elegeu um deputado em eleições regionais?
Será um epifenómeno ou será que o segredo para o sucesso de um partido verde em Portugal passa por unir a defesa do ambiente aos direitos dos animais e às causas humanitárias?
Para responder a estas questões teremos de esperar mais algum tempo. Entretanto, uma coisa é certa: por mais negro que seja o cenário do país e do planeta, muitos acreditam que a cor da esperança ainda é o verde"
Cabe-nos mostrar que o "segredo" é mesmo esse e que o PAN veio para crescer e ficar.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
off load
Vergílio Torres
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
acordei com um pássaro negro esvoaçando em casa
:
preto como um estorninho mas de cauda comprida como se de melro
não sei identificar
já me limpou todas as teias-de-aranha dos ângulos mais altos das paredes
onde o espanador - preso a uma cana - não alcança
cumprido o seu papel de utilidade
vou abrir todas as janelas
para lhe mostrar
o caminho da sua liberdade
liberdade de pássaro
não é igual
à liberdade de pessoa
liberdade de pessoa
é quando não tem grades
casa de pássaro é o céu
e sua liberdade é quando voa
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Rita Cardoso - "Emoções" from MPAGDP on Vimeo.
Tomai outras coisas mais, por quem sois!
Rita Cardoso - "Coisas Concretas" from MPAGDP on Vimeo.
Rita Cardoso - "Serve-te" from MPAGDP on Vimeo.
Nosso coração é antigo
de antes de haver idade
por isso existir lhe não dá abrigo
ébrio de espanto e saudade
Odeio símbolos, os mestres-de-obras dos poemas, os clínicos
analistas das metáforas, os engenheiros do amor, os arquitetos
da foda, os psicanalista da música fúnebre. Odeio os que num verso
tentam perceber a minha vida toda. Invertem parábolas, agitam-nas,
sacodem-nas, analisam a minha dor à lupa.
Rais parta a simbologia, as pernas das letras, os nenúfares nas mesinha
de cabeceira, os poetas escriturários, belos, sentimentais e sonâmbulos
como os bois pela beirinha da estrada.
Odeio os que a modinho retiram a vesícula do poema, injetam sol
e pleonásmos, virgulam os sentidos.
Meus senhores, o que escrevo advém das flores, roubado às flores,
plagiado das flores. Esse é o meu crime, o meu sangue, que é fresco
e tem sete fuso horários.
Por favor, não me dêem cabo dos significados!
domingo, 15 de janeiro de 2012
sábado, 14 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
La prière du coeur
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Para venir a lo que gustas has de ir por donde no gustas
Para venir a gustarlo todo
no quieras tener gusto en nada.
Para venir a saberlo todo
no quieras saber algo en nada.
Para venir a poseerlo todo
no quieras poseer algo en nada.
Para venir a serlo todo
no quieras ser algo en nada.
Para venir a lo que gustas
has de ir por donde no gustas.
Para venir a lo que sabes
has de ir por donde no sabes.
(…)
Cuando reparas en algo
dejas de arrojarte al todo.
Para venir del todo al todo
has de dejarte del todo en todo,
y cuando lo vengas de todo a tener
has de tenerlo sin nada querer.
En esta desnudez halla el
espíritu su descanso, porque no
comunicando nada, nada le fatiga hacia
arriba, y nada le oprime
hacia abajo, porque está en
el centro de su humildad.
Juan de la Cruz
UM IMPÉRIO NOSSO
Atente-se menos na noção, e mais no fazer-se, dinâmico, desta aglutinação vista através das janelas baças de um quarto para dentro do mesmo quarto. Uma introspecção ajoujada num acto de sofrimento, que, se não transmitisse qualquer interesse, não era por isso menos verdadeiro. Este império! Presente renovo na leitura a esmagar empíricos sentidos, solipsismo montado em elefantes brancos.
Que manifesto? Que coisa? Aonde a subir cinzentamente cinza tão cruel e bruta que não podia deixar de ser nossa?
E aos olhos de quem, se fossem para diferenciar algo? Não teriam inclusos a qualquer consideração a mais pequena intenção prometeica de se constituírem impérios além de unipessoais tanto que o fossem grandes, e eram os maiores
Impérios de cinza perdida que eram capazes de envergonhar um Napoleão com a sua amplitude. Conseguem ser mais do que esses mediatos obviamente concretos e exteriores, onde os desapiedados fariseus tentam engordar-se na atmosfera dos ditados
Aqui está equilibrado o sujeito da sua pessoa, o espaço indómito da verdade com bigodes mefistofélicos, nossos, que os retorcemos com um movimento de dedos desinteressados. O desconsolo das batalhas perdidas ou vencidas que nunca precisaram de o ser na edificação, tentam apossar-se, e conseguem, à sua maneira, um nascer do Sol que não lhes pertence, definindo-o e sublinhando-o em insufladas selvaticamente de serenatas de plástico desafinadas como um exército perdido de império estrangeiro
Com botas gastas marcham as hostes hasteadas de aonde de alguém, seguindo obstinadamente a sombra de velhos sujos, que lhes pareciam, bizarramente, os sósias do Salazar na cama, assinando inutilmente. Afinal sempre se cansam do sol, e tais coisas e às tantas se perdem em si, abstrusas nas intenções, sósias deles. Ou as luzes jamais lhes pertenceram, a esses ditadores bêbados e cambaleantes, e eles ofuscados se simplificaram no labirinto assustado de cada um.