terça-feira, 17 de janeiro de 2012

LIBERDADES


acordei com um pássaro negro esvoaçando em casa
:
preto como um estorninho mas de cauda comprida como se de melro
não sei identificar

já me limpou todas as teias-de-aranha dos ângulos mais altos das paredes
onde o espanador - preso a uma cana - não alcança

cumprido o seu papel de utilidade
vou abrir todas as janelas
para lhe mostrar
o caminho da sua liberdade

liberdade de pássaro
não é igual
à liberdade de pessoa

liberdade de pessoa
é quando não tem grades

casa de pássaro é o céu
e sua liberdade é quando voa

1 comentário:

  1. Poesia é poesia,
    seja qual for o sistema:
    que formosa alegoria
    tem por base este poema!

    JCN

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