domingo, 6 de novembro de 2011

banquete filosófico: do amor platónico (e de outras coisas que nos fazem suspirar)


2500 anos depois, regressa o Symposium
«Para alguns intérpretes, o conceito de amor em Platão em O Banquete é irracional e explicado pela natureza.»
e para si, o que é o amor?
 
venha partilhar connosco. garantimos boa disposição e um menu confeccionado pelas mãos do grande chef José Besteiro.
+ info: joebest@dacozinha.net

32 comentários:

  1. Seja qual for o conceito
    em que se tenha o amor,
    seja ele aquilo que for,
    merece o nosso respeito!

    JCN

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  2. Embora o tenha provado
    nos arroubos da paixão,
    não me sinto autorizado
    a dar do amor a noção!

    JCN

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  3. Se por um lado o amor
    tem muito de natural,
    terá por outro um factor
    puramente racional!

    JCN

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  4. AMOR PORTUGUÊS

    O verdadeiro amor à portuguesa,
    estável, recatado, atencioso,
    não é por natureza tormentoso
    nem corre atrás apenas da beleza.

    Os casos que a história certifica
    acerca dos monarcas e escritores
    infernizados pelos seus amores
    não são o que em geral se verifica.

    Para o amor ser português de facto
    basta que seja amor tão simplesmente,
    sem dramatismo nem espalhafato.

    Tanto triunfa o amor que faz história
    como o que sem alarde, mas ardente,
    só no seio do lar deixa memória!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  5. O banquete de Platão
    foi um tremendo banzé:
    quando acabou a sessão,
    já ninguém se tinha em pé!

    JCN

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  8. Cara Senhora, por que não deixa o soneto e tenta outra modalidade mais conforme com a sua marcada tendência para sistematicamente "fugir" à grade?!

    Quanto à concepção do amor, tem cada qual a sua em consonância com o que lhe vai pela porta! E por que não?... Será que os cisnes têm para todos o mesmo aspecto... fálico!

    JCN

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  9. Que distantes nós estamos
    no que respeita ao amor:
    tão-somente quando amamos,
    saberemos onde o pôr!

    JCN

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  11. A MINHA ALMA GENTIL

    Ela era o supra-sumo das mulheres
    em todos os sentidos, sem mazela
    de espécie alguma, virtuosa e bela,
    sem nunca descurar seus afazeres.

    Mulher assim, dirão, nunca existiu,
    nunca Deus a criou para ninguém
    nem mesmo, desde logo, para quem
    em seu marido se constituiu.

    Esse é de todos o maior engano
    que alguém já cometeu por simplesmente
    vez alguma a ter visto à sua frente.

    O seu olhar lembrava o oceano,
    entre verde e azul, e seu cabelo,
    de tom dourado, era um espanto vê-lo!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  12. Que decepção, cara Senhora... dos "pés grandes e peludos"! JCN

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  15. Quer seja de ancas ou não,
    no balão só vai quem quer:
    cá por mim prefiro ter
    os pés assentes no chão!

    JCN

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  17. Por causa das "teias"... andamos todos "às aranhas"! JCN

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  18. Se acaso não encontrou
    outro amor a não ser esse,
    é desgraça que acontece
    a quem tão mal o tratou!

    JCN

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  19. Parece que continua
    com a sua concertina
    por afinar, em surdina,
    alarmando toda a rua!

    JCN

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  20. Quem não tem capacidade
    para um só verso acertar
    é bom que pense em mudar
    para outra modalidade!

    JCN

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  21. Aí vai mais um, ao meu jeito, camoneando:

    AMOOOR!

    Amor não se define, mas se sofre,
    amor é jóia rara que se guarda
    a sete chaves em seguro cofre,
    cujo segredo em cifra se retarda!

    Amor é sentimento indescritível
    que de maneira alguma se alardeia,
    pois é de certo modo incompatível
    com qualquer outro canto de sereia.

    Amor é sensação que não se inventa,
    mas que uma vez em nosso peito entrando,
    sem descanso nos dar, nos atormenta.

    Falo por mim que, um dia me encontrando
    com ele de surpresa, fiquei preso
    dos seus grilhões, de que suporto o peso!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  22. Mais uma v4ez, camoneando:

    AMAR ATÉ MAIS NÃO

    Amar, amar, amar até mais não,
    amar fervendo, como tu dizias,
    amar, amar, amar todos os dias
    até se nos parar o coração;

    amar ano após ano, a todo o instante,
    sem hora para nada além de amar,
    amar, amar, nunca deixar de amar
    em natural renovação constante;

    amar como se nada mais houvesse
    para fazer no mundo a não ser dar-se
    até final sem peso nem medida;

    amar, quando o amor nos acontece,
    é, por assim dizer, perpetuar-se
    no ser amado para além da vida!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  23. Altero o último verso para:

    no ser amado sem contrapartida!

    JCN

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  24. A brejeirice gratuita
    sem qualquer finalidade,
    mesmo que seja fortuita,
    fere a minha identidade!

    JCN

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  25. Quem só por uma ironia,
    que não faz mal a ninguém,
    dá a casca ou se agonia
    grande carácter não tem!

    JCN

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  26. Em campo fiquei sozinho
    as minhas armas velando,
    qual D. Quixote aguardando
    bater-se contra o moinho!

    JCN!

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  27. De farroncas sem sentido
    nunca gostei na existência:
    detesto, como é sabido,
    atitudes de insolência!

    JCN

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  28. Pode a gente discordar
    dos nossos pontos de vista,
    mas um perfeito humanista
    de luvas deve lutar!

    JCN

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  29. Versejando, após ter clicado em FW:

    As suas ancas grotescas
    são de evidente mau-gosto:
    têm feições carnavalescas
    de se lhes virar o rosto!

    JCN

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  32. Depois de ler os seus versos
    que os ouvidos me arranharam,
    tomei remédios diversos
    que bons euros me custaram!

    JCN

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