quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Na Sé foram as nossas juras de amor
Debaixo da cruz entreguei-me
fazendo jus ao pecado
Abri as pernas e tu choravas
a dor que se adivinhava
despi meus seios
semeei meu leite na tua boca
feito a Virgem Maria.
Na Sé foi o fim do amor
desencontrado no acto
Enquanto te vinhas eu gritava: PARTO!

A viúva chorava a morte tardia do marido embuchado
O cego cantava numa ladainha riscada:
-Senhora dá-me teu leite que também tenho sede

E o orgasmo? O que é feito dele?
Miragem do passado. PARTO

- mas e o fim começou na sé? qual fim? qual sé?
- trocadilhos da mente que as vezes se escapam

10 comentários:

  1. gosto muito da primeira "estrofe" até
    PARTO

    o resto não me parece tão espontâneo

    ResponderEliminar
  2. então retira o que não gostas e fica com o te dá prazer :-) este poema tem uns 10 anos. Partidas da mente...

    ResponderEliminar
  3. Paladar da Loucura, perdoe-me a franqueza, mas como Cristã e segundo a interpretação que fiz das suas palavras, não gostei, aliás, detestei- creio que o respeito pelo Sagrado alheio deve ser actualizado com rigor, mesmo na poesia...repare, isto não é pudor de falsa beata, até porque julgo que o acto entre um homem e uma mulher se assente no Amor pode e deve ser Transcendente...

    ResponderEliminar
  4. este poema faz parte de um longo texto, assim extraído pode ser que esteja descontextualizado. Não quero agredir, nem desrespeitar ninguém. De todo, não é essa a minha intençaõ. Há um lado catártico, onde o amor se aproxima do sagrado. esse onde nos esgotamos, perdendo-nos e reencontrando-nos. há aqui um enorme desencontro, contraponto de todo o encontro que acontece no universo do sagrado. abrir as pernas e fazer jus ao pecado, como a procura incessante do amor. espero que me compreenda, Isabel.
    Um beijo
    Ethel

    ResponderEliminar
  5. Ethel, se assim o é, então, interpretei mal, pois tb eu julgo que o Amor entre um homem e uma mulher é a ponte para a Transcendência, actualizada em momentos em que duas almas se tornam numa, o que é raro, mas acontece. A banalização objectivada ocidental de certos conceitos orientais que assentam no Amor como catalisador do alcance de um estado espiritual purificador, de facto, levou muita gente a instrumentalizar o não instrumentalizável. Acredito piamente que quando um casal se une por Amor tal é um Acto Divino e como tal, Digníssimo :) bjs, Ethel, mas não poderia deixar de ser franca

    ResponderEliminar
  6. Conversa da treta. Muito espiritual.

    ResponderEliminar
  7. Vá-se catar! Esta é mais pragmática! :)

    ResponderEliminar
  8. E ao catar-se, aproveite para higienizar a anima = alma, pois transborda negatividade...por vezes, tem piada como aquelas persnagens tipo Madame Mim ou Maga Patológica, mas outras parece vinda de um filme de terror com carpideiras sicilianas...

    ResponderEliminar
  9. Vou tratar-te por "você" quando mereceres.

    ResponderEliminar
  10. Obrigadita, ó Meeeeeeeeeeeeeeeeeestre das Garras Afiadas, fico tão emocionada que até floresceu em mim um abacate!

    ResponderEliminar