a natureza reclama em silêncio a mudança do tempo presente.
as abelhas morrem antes do tempo, neste inverno que se prolonga.
o sol nasce timidamente, o dia despede-se cedo
é surdo o lamento do tempo
ganhou o inverno saudade do tempo, quer ser inverno sempre.
nasce a flor de laranjeira, fora de tempo
anuncia a sombra o espanto
deste tempo que recusa a ser tempo
tão fora do tempo está
o velho declara amor eterno à beira da morte
a velha sorri no leito do amado
muda o tempo e eu permaneço neste inverno que se prolonga teimoso.
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