Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Pensamento insituado - Saudade
Saudade: Ausência, Ab-s-entia, desligamento da entificação, di-stância, afastamento do estar.
«Tudo é desprovido de fundamento e de substância»; nunca repito para mim próprio esta frase sem sentir qualquer coisa que se assemelha à felicidade. O que me aborrece é a quantidade de vezes em que não consigo repeti-la...»
Emil Cioran, Do Incoveniente de Ter Nascido, Letra Livre, Lisboa, p.66
«O que é o hua-t'ou («palavra-cabeça»)? A palavra é a palavra pronunciada e a cabeça o que precede a palavra. Por exemplo, quando alguém diz: «Amitabha Bouddha», é uma palavra. Antes de ser pronunciada é um hua-t'ou (uma «pré-palavra»). O que é designado por hua-t'ou é o momento que precede a chegada do pensamento acompanhado da palavra que o comporta. Logo que este chega, torna-se um hua-wei («palavra-cauda»). O momento que precede o aparecimento de um pensamento chama-se «não-nascido». O vazio que não é perturbado nem morto, nem imóvel ou parcial, chama-se o «infinito». A acção de virar constantemente a luz para o interior, excluindo qualquer outra coisa, chama-se «exame do hua-t'ou».
Hsu Yun (1839-1959)
talvez haja alguma relação entre a saudade e o hua-t'ou...
«A tua vida quotidiana é um rio em movimento, de consequências incalculáveis. Através da meditação, penetra no segredo do Instante. Então poderás prevenir os perigos, como a águia que sobrevoa o rio e abrange com o seu olhar todos os seus meandros.»
Sabedoria Ameríndia, Pergaminho, p.83
ou entre a saudade e o segredo do Instante... julgo que Pannikar considerava a abordagem deste tema como essencial em todo o diálogo inter-religioso a haver - o "Mythos".
Saudade não tem lugar nem tempo. É uma Ab-s.entia e futura Ausência passada. Um estar em um outro lugar, em nenhum lugar do Ser. Em nenhum lugar do es.tar, Ishtar, Saudade de um Original estar...
Podíamos escrever uma carta ao presidente Obama sugerindo a construção no marco zero do world trade center de um centro de diálogo inter-religioso, onde representantes de todas as religiões, ciências, artes, filosofias, culturas dialogassem... Julgo que Portugal poderia ter um papel activo na divulgação desta ideia.
«Tudo é desprovido de fundamento e de substância»; nunca repito para mim próprio esta frase sem sentir qualquer coisa que se assemelha à felicidade. O que me aborrece é a quantidade de vezes em que não consigo repeti-la...»
ResponderEliminarEmil Cioran, Do Incoveniente de Ter Nascido, Letra Livre, Lisboa, p.66
«O que é o hua-t'ou («palavra-cabeça»)? A palavra é a palavra pronunciada e a cabeça o que precede a palavra. Por exemplo, quando alguém diz: «Amitabha Bouddha», é uma palavra. Antes de ser pronunciada é um hua-t'ou (uma «pré-palavra»). O que é designado por hua-t'ou é o momento que precede a chegada do pensamento acompanhado da palavra que o comporta. Logo que este chega, torna-se um hua-wei («palavra-cauda»). O momento que precede o aparecimento de um pensamento chama-se «não-nascido». O vazio que não é perturbado nem morto, nem imóvel ou parcial, chama-se o «infinito». A acção de virar constantemente a luz para o interior, excluindo qualquer outra coisa, chama-se «exame do hua-t'ou».
ResponderEliminarHsu Yun (1839-1959)
talvez haja alguma relação entre a saudade e o hua-t'ou...
«A tua vida quotidiana é um rio em movimento, de consequências incalculáveis. Através da meditação, penetra no segredo do Instante. Então poderás prevenir os perigos, como a águia que sobrevoa o rio e abrange com o seu olhar todos os seus meandros.»
ResponderEliminarSabedoria Ameríndia, Pergaminho, p.83
ou entre a saudade e o segredo do Instante...
julgo que Pannikar considerava a abordagem deste tema como essencial em todo o diálogo inter-religioso a haver - o "Mythos".
Saudade não tem lugar nem tempo. É uma Ab-s.entia e futura Ausência passada.
ResponderEliminarUm estar em um outro lugar, em nenhum lugar do Ser. Em nenhum lugar do es.tar, Ishtar, Saudade de um Original estar...
Um abraço saudoso, Paulo
Um sorriso, tão bem...
Podíamos escrever uma carta ao presidente Obama sugerindo a construção no marco zero do world trade center de um centro de diálogo inter-religioso, onde representantes de todas as religiões, ciências, artes, filosofias, culturas dialogassem... Julgo que Portugal poderia ter um papel activo na divulgação desta ideia.
ResponderEliminarTenho Saudades da substância do fundamento da ausência!
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