quarta-feira, 4 de agosto de 2010

de manhã nas PISCINAS


esplendor sobre a relva
:
toalhas coloridas de meninos
flores amarelas de dente-de-leão
nascidas nem se sabe de onde

borboletas brancas
esvoaçando à procura de pólen

dente-de-leão devia ser tomada
por rainha
de resistência à roçadora de erva
:
entre dois cortes
esta Sisifo das flores
floresce

-nanogirassóis
amarelos e despenteados
pela pressa de afirmar-se

vindo do banho
um menino pega uma
sem a arrancar
e cheira-a

pergunto-lhe: cheira bem?

- sim - responde
:
cheira à cor do SOL

5 comentários:

  1. dente-de-leão,
    Esse milagre medicinal em forma de planta,
    poemas de Platero,
    sempre bons de ler.

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  2. Está aqui implícita essa Origem, creio. No fundo misteriosa, em suma transparente e clara, percorrida que é pela leveza das ideias, é infante quando se enforma nas mãos de um menino e logo juvenil quando o seu olhar a alcança. Aos olhos desse menino a resposta desvelada é já de si adulta, e de poucas ou nenhumas explicações precisa. O menino, dá-nos essa solução, juntando num simples acto os cinco sentidos com os quais se constrói a intuição.

    O poeta é o espectador atento que brilhantemente nos reconta a história do espectáculo, com poucas palavras, ademais, só uma, tal como o poema único com o qual as flores se revestem.

    Gostei particularmente desta pequena grande história amigo.

    Continuação! :)

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  3. Borboletas, flores e luzes... Muito contribuem para percepção dos sentidos...

    Cadê o link para seguir? Gostei do seu espaço!

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  4. LIVIA AZZI

    estou diariamente no BLOG

    "h-ortografias"

    tente. Gostarei de a ver por cá.
    beijinho

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