domingo, 23 de maio de 2010




…Nada te detém,
É a noite no teu corpo…
A noite terrível no teu corpo.
Nada te detém

A noite sem forma e sem corpo,
Nada te detém,
nem os montes, nem a aurora,
nem o mar.

Nada te detém,
E te projectas,
Nos redutos da noite
(nem a noite)
.…
Nada te detém

Vim para te revelar!


Carlos Nejar, A idade da noite

6 comentários:

  1. Os meus dedinhos são parecidos com os do passaroco.

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  2. Tolentino Mendonça23 de maio de 2010 às 09:19

    A penúria da língua é a sua força.
    Reconhecendo nela a indigência
    mais o apuro se empolga
    e a submissão empolga a subtileza
    do espírito, dado à obra
    e a mais nada que não seja ela.
    De aí que se desenvolva
    uma abertura hiante de surpresa
    que pede língua cada vez mais nova
    e de mais adequada obediência.
    Ou, se quiserem, língua peremptória.
    Porque, se vinda do fundo da pobreza,
    entrega apenas quanto falta. E torna
    a sua falta uma abertura imensa,
    indigitando o extremamente fora,
    cuja ausência feliz se nos entrega.

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  3. Elevo as minhas mãos até à tua poesia.
    Tens mais?

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  4. Fernando Echevarría23 de maio de 2010 às 09:30

    Deste género? Sobre o tema? Sim.
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    Vai-se o júbilo abrindo, vesperal,
    a outro, pressentido, que se estende
    E há-de cumprir o ímpeto que traz
    de ultrapassar-se inexoravelmente.
    As fronteiras, por ora, apontam mais
    do que limitam. A atenção assente
    àquilo que, por dentro, a impele a andar
    por um fundo sentido a resolver-se
    a cada passo. E feliz se vai
    explicitando, interior, até que
    as fronteiras só sejam sinal
    de um júbilo a chegar. Aberto sempre.

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  5. Achas que o anónimo vai entender?

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  6. Não tenho a certeza. Acho-o um bocado retrógrado.

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