Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
um parto eterno
Para quando?
Não sei se a clarividência (todas as formas de cegueira mental se querem as mais excelsas formas de clarividência).
Mas para quando o reconhecimento do que há aquém e além do egotismo?
Ou seja: até quando andaremos a desgraçar o que sem Graça não chegaria a existir?
Por todo o lado, poluição mental. Para quando a chegada à vida?
«Vindos de longe chegámos à vida! Vindos de aqui, chegámos cá!»
Um «aqui» não exclusivista, onde não se entra, nem de onde se sai.
Mas é imperioso contarmos os botões de quem chega, de quem parte, de quem está. A brancura da camisa não é maculada pelo negrume que há dentro das frestas de invejar que se abrem do lado de cá dos olhos das gentes.
E depois?
Depois… morrem as vacas e nem cá ficam os bois.
A coisa demoniocósmica vem apetrechada com autoclismo de sifão. Ou de cifrão, tanto faz.
«Com a agência Pinheiro desfaz-se de si por pouco dinheiro, a diferença está no caixão»
“É de cor que hoje como outrora os filósofos pensam segundo o preceito platónico: «com a alma inteira». Simplesmente como as almas estão acanhadas pelas espessas paredes dos corpos mais densos, pensar com a alma inteira tem pouco resultado.” (José Marinho, Aforismos sobre o que mais importa).
Os sapateiros de outrora sabiam que até os sapatos tinham alma. Coisa difícil de apreender na era dos sneekers.
E se, à semelhança dos antigos sapateiros, víssemos os problemas a partir de dentro? Primeiro, os sapatos eram feitos a partir das características dos pés do cliente. Depois eram obrigados a adaptarem-se aos pés.
«Quem quer casar com a Carochinha?!»
E se a nossa alma não agradar ao João Ratão? Ou não puder aceitar a ideia de o ver no caldeirão? Todos os João Ratão acabarão no caldeirão. Rima e com razão.
E quem é que se cura dos devaneios da Razão Pura?
O melhor é deixar em paz a Razão. Tudo o que vem com ‘R’ grande é estranho.
Deus, por exemplo.
O melhor é vivê-lo com ‘r’ pequeno - «ratus sum ratus es ratus est ratī sumus ratī estis ratī sunt»
Mas o rateio da dívida da Grécia parece que será sempre com ‘R’ grande.
O caro leitor fica esclarecido: fique-se pelo vídeo da Chavela Vargas.
"Amo tudo, não importa o que "isso" é..."
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