não me abandonou de vez
às vezes telefona
dos trabalhos no campo
de mondar as searas
de ervas de balanco
diz coisas sem sentido
como chuva tempestade vento
mesmo que não lhe dê ouvidos
tudo o que ela fala entendo
espalha-se pelo astro
um ácido cheiro a cio
que me entra pelas narinas
como odor de lodo em estuário de rio
entre o pólen das favas
e o rubro escandaloso das papoilas
meu amor transpira cheiros de ervas bravas
arrulha-me recados como se fosse rola
evola-se no ar até chegar a mim
quando ela telefona tolda-se a atmosfera
as manhãs parecem nunca mais ter fim
meu amor camponês é mãe da Primavera
Li(n)do!
ResponderEliminarAbraço Platero.
RUI
ResponderEliminaré muito bom que tenhas gostado
não é menos bom que mo tenhas dito
abraço