Que foi que se sumiu entre um rasgo de azul e o ramo mais alto da árvore sem folhas?
Irreal como um castelo entre árvores milenares é um poço, como uma serpente, onde se vêem olhos a espreitar-nos por dentro.
A folha brilha na luz de um pingo de chuva alta no muro. Um sopro a desfaz. Tudo respira a humidade dos mitos e a humanidade de nós.
Vejo a flor da neve a florescer nos dedos cor-de-rosa do frio. O rosto encosta-se à inclinação da hora e a água refresca-o, em pingas de nostalgia e fim de tarde.
Cavalga-se o vento numa onda verde, há forças que se manifestam no frio e na ausência de neve. Saudades do branco!
Uma rosa no mar floresce azul, vem o branco do frio limpar de novo ar, as pontes e os rios.
Os rios nascem no peito e vão também na paisagem, como restos de madeira e coisas verdes, à superfície das águas apressadas do Inverno.
Arde um silêncio ao cimo do espelho verde. Arde uma luz de aurora, um fogo, entre as águas
e as searas do vento.
Semeia verões no bico a gaivota arqueada em asas.
Estou assim encostada à vida, como um retrato encostado à mão do rosto. Como uma mão dormente sobre a hora. Um vago azul.
Rasgões de azul vêm chorar entre o musgo e a pedra escura!
É o céu que se baixa para contemplar a torre por onde espreita o olhar.
Toda a hora é uma árvore e todo o ramo uma Saudade da Hora.
Põe-me um pouco de saudade no coração e Sintra bem ao fundo do que ainda sei sentir!
ResponderEliminarabraço vosso.
Põe-se-me a tua voz no olhar saudoso e a tua palavra suspensa no sentir de um nervura ao fundo de uma parede por onde o musgo sobe.
ResponderEliminarAbraço "para-doxos" onde fui ler, como se soltassem pássaros e borboletas das sílabas,
Voo com as aves e com Sintra a clarear...
"Uma nervura", claro. Perdoem-me não reler o que escrevo, aqui.
ResponderEliminarCom duas mãos – O Acto e o Destino – Desvendamos
ResponderEliminarDa mão que desvendou
Fosse a hora que haver ou a que havia.
A mão que ao ocidente o véu rasgou
Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia.
Da mão que o conduzi-o
Fosse Acaso ou Vontade ou Temporal.
A mão que ergueu o Facho que luzio
Foi Deus a alma e o corpo Portugal.
:)
Seja o quinto o novo Império por haver
ResponderEliminarSeja o olhar que o diz, o braço que o levanta
Seja o que for que seja essa raiz de ser
É do caminho que o Quinto se encanta
Seja rio ou Saudade o que nos move
Andamos sempre em busca do que vem
Futuro que nos olha e nos envolve
Seja a Hora que o ganhe um mais além.
Nada que diga nos leva em Saudade
Se não houver razão que a busque e ame
Nada me traz o que Agora aqui arde
É no instante que se acende a chama.
E o instante é o mesmo no jardim
A Hora é Agora e já vive Aqui
A lembrança que é eco do que chora.
(Báaa!!! Não sei fazer sonetos! Preciso do JCN, para desencobrir, desocultar... e desferir com a sua certeira seta o que está a mais e o que menos se acerta... Estão os violinos roufenhos! :)
Um sorriso para vós.
De Saudades.
"E eu vou e a luz do Gládio erguido dá,
ResponderEliminarDá contra a hora em que errada
Novos infiéis vençam."
De saudades vive o Homem,
De "JCN" a hora.
De jardim um abraço,
Do "toco" a amizade.
:)
Volta JCN! Traz-nos um soneto - daqueles que encantam!
ResponderEliminarRegressei de viagem outra. Meu paladar Canela