quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Natureza e Saudade - Poisagens onde o olhar se põe



Que foi que se sumiu entre um rasgo de azul e o ramo mais alto da árvore sem folhas?



Irreal como um castelo entre árvores milenares é um poço, como uma serpente, onde se vêem olhos a espreitar-nos por dentro.



A folha brilha na luz de um pingo de chuva alta no muro. Um sopro a desfaz. Tudo respira a humidade dos mitos e a humanidade de nós.



Vejo a flor da neve a florescer nos dedos cor-de-rosa do frio. O rosto encosta-se à inclinação da hora e a água refresca-o, em pingas de nostalgia e fim de tarde.



Cavalga-se o vento numa onda verde, há forças que se manifestam no frio e na ausência de neve. Saudades do branco!


Uma rosa no mar floresce azul, vem o branco do frio limpar de novo ar, as pontes e os rios.


Os rios nascem no peito e vão também na paisagem, como restos de madeira e coisas verdes, à superfície das águas apressadas do Inverno.

Arde um silêncio ao cimo do espelho verde. Arde uma luz de aurora, um fogo, entre as águas
e as searas do vento.


Semeia verões no bico a gaivota arqueada em asas.


Estou assim encostada à vida, como um retrato encostado à mão do rosto. Como uma mão dormente sobre a hora. Um vago azul.


Rasgões de azul vêm chorar entre o musgo e a pedra escura!


É o céu que se baixa para contemplar a torre por onde espreita o olhar.


Toda a hora é uma árvore e todo o ramo uma Saudade da Hora.

7 comentários:

  1. Põe-me um pouco de saudade no coração e Sintra bem ao fundo do que ainda sei sentir!



    abraço vosso.

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  2. Põe-se-me a tua voz no olhar saudoso e a tua palavra suspensa no sentir de um nervura ao fundo de uma parede por onde o musgo sobe.

    Abraço "para-doxos" onde fui ler, como se soltassem pássaros e borboletas das sílabas,

    Voo com as aves e com Sintra a clarear...

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  3. "Uma nervura", claro. Perdoem-me não reler o que escrevo, aqui.

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  4. Com duas mãos – O Acto e o Destino – Desvendamos

    Da mão que desvendou
    Fosse a hora que haver ou a que havia.

    A mão que ao ocidente o véu rasgou
    Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia.

    Da mão que o conduzi-o
    Fosse Acaso ou Vontade ou Temporal.

    A mão que ergueu o Facho que luzio
    Foi Deus a alma e o corpo Portugal.

    :)

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  5. Seja o quinto o novo Império por haver
    Seja o olhar que o diz, o braço que o levanta
    Seja o que for que seja essa raiz de ser
    É do caminho que o Quinto se encanta

    Seja rio ou Saudade o que nos move
    Andamos sempre em busca do que vem
    Futuro que nos olha e nos envolve
    Seja a Hora que o ganhe um mais além.

    Nada que diga nos leva em Saudade
    Se não houver razão que a busque e ame
    Nada me traz o que Agora aqui arde
    É no instante que se acende a chama.

    E o instante é o mesmo no jardim
    A Hora é Agora e já vive Aqui
    A lembrança que é eco do que chora.

    (Báaa!!! Não sei fazer sonetos! Preciso do JCN, para desencobrir, desocultar... e desferir com a sua certeira seta o que está a mais e o que menos se acerta... Estão os violinos roufenhos! :)

    Um sorriso para vós.
    De Saudades.

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  6. "E eu vou e a luz do Gládio erguido dá,
    Dá contra a hora em que errada
    Novos infiéis vençam."


    De saudades vive o Homem,
    De "JCN" a hora.

    De jardim um abraço,
    Do "toco" a amizade.

    :)

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  7. Volta JCN! Traz-nos um soneto - daqueles que encantam!
    Regressei de viagem outra. Meu paladar Canela

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