quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MINI-TORNADO

é o ar enrolado
enredemoinhado

que resulta
de a Natureza
ao fim da luta

de contente
estralar
os dedos

12 comentários:

  1. Se os dedos quer estralar
    de contente ou jubilosa,
    que vá para o alto-mar
    a Natureza raivosa!

    JCN

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  2. Em homenagem ao mar e a quem tanto nele andou e cantando seus heróis



    Busque Amor novas artes, novo engenho,
    Para matar-me, e novas esquivanças,
    Que não pode tirar-me as esperanças,
    Que mal me tirará o que eu não tenho.

    Olhai de que esperanças me mantenho!
    Vede que perigosas seguranças!
    Que não temo contrastes, nem mudanças,
    Andando em bravo mar, perdido o lenho.

    Mas, conquanto não pode haver desgosto
    Onde esperança falta, lá me esconde
    Amor um mal que mata e não se vê:

    Que dias há que na alma me tem posto
    Um não sei quê, que nasce não sei onde,
    Vem não sei como e dói não sei por quê.

    Luiz Vaz de Camões

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  3. boa júlio e platero. deixaram o 'supracamões' calado.
    à luta
    o camões com o qual nos chateávamos na escola é o mesmo que o jmb cantou 'mudam-se os tempos, mudam-se as vontades' e o mesmo que nos transmite eternamente a esperança. porque no fundo 'a vida não é uma auto-estrada.

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  4. Tremenda escadaria
    De degrau em degrau
    Andar em andar
    De fazer e chegar.

    E nos eternos céus murmurar
    Poesias de encantar.

    Fazem dele o Homem que é
    Que vem dos céus à terra retornar
    Ahhh, mas que bela poesia de embalar.

    :)
    Saudações fraternas

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  5. Ao meu jeito, na melhor das intenções:

    Que tremenda escadaria.
    a qual, de andar em andar,
    pela mão da poesia
    nos permite lá chegar!

    JCN

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  6. Isso é o que tu pensas, caro BAAL! Espera... para ver! JCN

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  7. Que vem o Camões... aqui fazer?!... Não atino! JCN

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  8. Camões não está aqui pra provocar ninguém.
    Só para celebrar a arte e quem a faz bem feita.

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  9. Para o efeito, caro Amigo Júlio, tudo tem o seu lugar e o seu tempo! Fora isso... é descabido e presta-se a maus pensos. JCN

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  10. Em improvisada réplica, aqui vai ao meu jeito:

    Que mal foi este, Amor, que me fizeste
    que a paz se me acabou de todo em vez
    e em névoa o coração se me desfez,
    já nada havendo que me não moleste!

    Não mais tive alegria na existência,
    prazer em coisa alguma, algum contento,
    tudo o vento levando num momento
    sob a tua penosa dependência!

    Bonança, placidez e quietude
    perdi por causa tua, sem remédio,
    Amor, ao mesmo tempo doce e rude!

    Que mal foi este, Amor, que me causate
    e a alma entorpecida pelo tédio
    em deleitosa dor a torturaste!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

    JOÃO DE CAS TRO NUNES

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  11. Aqui vai outro, no mesmo tom:

    TRANSMUTAÇÃO

    Polarizaste, amor, todo o meu ser
    sem volta a dar-lhe, da cabeça aos pés,
    não mais querendo, amor, do que viver
    contigo... contra ventos e marés!

    Perdi minha vontade de ser eu
    para contigo me identificar:
    somos um só, pois foi nisso que deu
    minha atracção por ti... tão singular!

    Como Camões diria, do seu jeito,
    me transformei na criatura amada,
    em ti me aniquilando... satisfeito.

    Um dia, quando a Deus prestarmos conta
    das nossas vidas, pouco ou nada monta
    da tua, amor, minha alma separada!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  12. Que belo rapsodo Pindérico me saíste, Mestre!

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