segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Guerreiro




"Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda.
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda.
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas."

João da Cruz e Sousa

15 comentários:

  1. Belo post, Anaedera!
    Gostei da imagem e do poema.
    A nossa alma já se prepara para voltear "arrebatada". Redivivo!

    Também somos "guerreiras", fiéis do Amor e da Saudade!
    Eu sou!
    Um abraço.

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  2. Olá Saudades, um abraço então, nesta nova batalha serpenteada de palavras e intenções.

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  3. Só o que tem qualidade vinga e permanece. Indefinidamente. Uma vez mais nos confrontamos com um desses raros casos: a suprema expressão da emotividade. Intemporal. Quem diz que o soneto
    é peça de museu... para arrumar na prateleira? JCN

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  4. Ter qualidade...

    Ser qualidade.

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  5. Vingar e permanecer será consequência de que tipo de qualidade?

    Ser qualidade, por vezes, é não vingar nem permanecer.

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  6. Qualidade... não é mais que qualidade: ou se tem ou se fica a olhar para o balão. Não vale a pena dar voltas ao miolo. Nem às palavras. Qualidade é qualidade... e nada mais. O resto... é lixo, que o tempo se encarrega de levar para o aterro sanitário. JCN

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  7. A qualidade, Fausta, começa por se escrever com limpidez e correcção. Escrever com qualidade é, antes do mais, pensar com clareza e ter as ideias arrumadas. Sem isso, tudo sai torto ou retorcido, aos ziguezagues. Como há-de aprender latim, sem primeiro dominar o português? JCN

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  8. Tu serás o que leva o curriculum no papiro da lapela. Eu serei a menina do ecoponto.

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  9. Sei que escrevo mal. Devia ter tido um avô assim... Mas não tive. E já entardeceu.

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  10. O mal, ó Fausta, é questionar a qualidade alheia! JCN

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  11. Sempre fui invejosa. É o defeito de quem vive no meio de génios.

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