A morte assoma
Sem aviso,
Sem nada!
Apenas dói!
E como dói até os interstícios da Alma,
Abandonada,
Lançada aos grilhões do corpo
Violada pelas suas ardilosas artimanhas,
Em labirinto,
Sem saída possível…
Mais vale a morte!
Que a Morte venha,
Sem escrúpulos,
Mesmo que à Morte não se perdoe!
Tirando-nos a Vida
Lança-nos nos redutos
Do pó e da miséria
A que, afinal, nos reduzimos!
Vida para além da Morte?
Não sei! Não sei mesmo!
Não insistam mais!
Já disse: NÃO SEI!
E Vós, sabeis?
Claro que não!
Ainda ninguém foi e veio
Do reino dos mortos para no reino dos vivos
Para tais pressuposições tecer...
Nem mesmo Orfeu
Que avista, ao longe,
A tênue e esfumada sombra
Da sua amada,
Para sempre perdia,
Por um simples olhar para trás!
As fronteiras da Vida e da Morte
Não se distinguem mais!
Não se iludam!
Isabel Rosete
Se vossemecê o diz... assim será! Viva Orfeu e a sua amada Eurídice! E viva Dante que, de mão dada com Beatriz, percorreu inferno e ceus! E viva Eneias que que, de ramo de ouro na mão, foi autorizada a avistar-se com seu pai Anquises na morada dos mortos! Quem duvida... se os Poetas o disseram?! Quem não sabe... não fala, nem mesmo em poesia de oficina. JCN
ResponderEliminarnem o sol olho fixamente, depois, morrer não é nada, é terminar de nascer nas mandíbulas da morte, pouco se dá conta que coincide com o fim de um universo
ResponderEliminarVossemecê, ó Harkshis, tem cada prosa... que é de a gente se "botar" a fugir, porra! JCN
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ResponderEliminaro que é a morte? a morte não é nada. só a estupidez vacila perante a vida e caminha para a morte.
ResponderEliminarjcn e fausta: não estão a caminhar para a morte?
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ResponderEliminarser muito grande, muito superior, eis o destino para o qual nasci, para que eu possa permanecer escravo do meu corpo, a vagina da minha alma unificada que dá flor aos cinco sentidos. nesta sala estreitada, de livros empoeirada esqueço o meu corpo, quando indistintos atingem a mesma perfeição.
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ResponderEliminar"Sim, o prazer de ler. Livros empoeirados, quanto mais velhos e a cheirar a mofo, melhor. Capas grossas cinzeladas pela letra manuscrita, bem desenhada e folhas fininhas e amarelecidas pelo tempo. Como árvores de Outono a contar histórias antigas sobre nós. Lareira acesa e o pensamento para lá do destino. Indistintamente."
ResponderEliminarDesculpe recostar,mas é muito bonito.
... e viva a Morte, viva, pim!!
ResponderEliminarQue miséria!...
A vida tem destas "surpresas", a morte... voo directo ao fim! Um estilo encantador. Ou não... Aí começa a dificuldade, se a tanto nos for permitido chegar. Uma sombra mal(ben)dita de um ser que largou no armário do além túmulo a sua alma... Ausência, no momento em que se chega ao termino da Prova.
Ah!
P.S. Um bilião de pessoas morrem todos os anos à fome.
corpos contra feitos
ResponderEliminara ruína o pedestal
em silêncio duas vezes
Isabel,
ResponderEliminarDepois se variados comentários, fico preso às palavras de Pessoa que me parecem uma definição dos políticos da actualidade que avançam de »sucesso» em «sucesso» sem de nada se aperceberem a não ser dos faores de cúmplices e coniventes, que devem retribuir, até passarem além de Deus, isto é, reformam-se com escandalosas pensões e subvenções vitalícias que, por terem vergonha de confessar, decretaram que não podem ser publicitadas...
Não será por acaso que a serpente é odiada +pelo comum dos mortais.