Dissipou-se, foi calor…
E sem perdão a deixaria.
És a hora! - Despe-a o génio.
Sem luz deste... – Valaria.
E toda o é se aclamada…
É verdade! – Logra o dia.
Dobra o limbo a minha palma:
Linha tudo… – Clamaria.
Nulo mal me aquietava,
e ao rescaldo, bordaria:
“A esfera em dobre foliava
a muda era que a noite cia…”
Fora eterna, por ventura.
Fora infinda… – Sorriria.
Fora inane assaz loucura,
Fora Sol, alvorecia…
E sem perdão a deixaria.
És a hora! - Despe-a o génio.
Sem luz deste... – Valaria.
E toda o é se aclamada…
É verdade! – Logra o dia.
Dobra o limbo a minha palma:
Linha tudo… – Clamaria.
Nulo mal me aquietava,
e ao rescaldo, bordaria:
“A esfera em dobre foliava
a muda era que a noite cia…”
Fora eterna, por ventura.
Fora infinda… – Sorriria.
Fora inane assaz loucura,
Fora Sol, alvorecia…
Que lindíssimo poema, Rui, me acorda hoje! Mesmo o que me escapa no texto me reconhece em sensibilidade, música que oiço e cuja rima em "ia" se me seguia o ritmo e levaria em viagem velaria a tonalidade de rio "sorriria", "clamaria" baixo, a noite cia para os ládos onde o nevoeiro adormecia o dia calmo que seria...
ResponderEliminarUm beijo, Rui.
Vou ler outra vez, antes que "dissipado" me seja frio e calor, alor, que não seria a flor do meio-dia...
...Que a minha alma bordaria...
Saudades, Rui!
E eu, minha irmã mais velha, com este comentário. Bom, não serão as melhores horas para acordar, o dia já nasceu entretanto, mas a alma pede cama e resguardo, longe da luz filtrada que o agora afunda em seu escudo terrífico.
ResponderEliminarAs palavras, saudades, as palavras... as palavras rareiam, bem como, por vezes, a vontade de as escrever, assim, ao sabor do incompreendido, ao sabor que vaga da sonora idade, como leste verbo sem canção, como em rosa o mar de um país em espuma...
As palavras, saudades...
Há vozes no poema... mas gostava de destacar uma, que me parece óbvia, Al Berto, aquele que sempre teve dúvidas se algum dia a felicidade o pudesse visitar, aquele que se inclina de novo para o pano deste século, e começa a bordar, ou a dormir, tanto faz... Há o clamado poema de Stalker em seu canto, há nele palavras mudas que se quebram no papel(...) Há tudo o que não vejo e por isso arrefeço. Não há mal nenhum nisso. Até as estrelas sucumbem no vazio. E o ser-se poeta carece-me de explicação. Há Herberto, e procuro dizer como tudo é outra coisa. Há Alexandre, e tudo é a grande forma, há o absurdo (como poderia eu esquecê-lo) e algum drama, porque não, como assim possam entendê-lo... Há um irmão, sentado numa pequena escada, ao longe o som do piano, uma criança brincando à sua volta, e ele, de mãos dadas, a olhar sentido o Poeta... Há Pessoa... E há eu, porque não...
Saudade, descanso agora à tua sombra e leio dos teus ramos com que distas a paisagem uma palavra a metade, o todo em tudo aquilo que te faz próxima, ao ler-te silentemente, ao ver como é belo o mundo cantado pelo teu espectro...
Irmã, leio um poema teu, e entrego-te em mãos o meu sincero agradecimento pelo simples e grande facto de poder partilhar contigo a grande ausência que nos move, ante e após infinitos, cruzando-nos com tantos outros que assim entendem a prefiguração que se avista do Homem-reflexo por detrás do espelho.
Tchii... :)
(desculpem-me os erros, não reli...)
Forte abraço para Ti, Platero, e Sereia*
beijos e abraços
poema lindo,
ResponderEliminarparabens
:)
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